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22 de agosto de 2011

Estás no magote

É inacreditável com há tanto te deixei ir – ou te foste pelo próprio pé – e como nunca chegaste mesmo a partir. Nunca te foste, nem nunca quiseste sair de cena. Habitas em mim, partilhas casa com o meu novo amor. Partilhas casa com quem me faz feliz, com quem me surpreendeu quando achei que nem por sombras iria precisar de ninguém. Ficaste a morar, escondido, num qualquer alçapão da casa. E eu, tonta, ia deixando alimento, sabendo que ainda por lá andavas e que estava a prolongar a tua estadia em mim. Deliberadamente ficavas, deliberadamente te mantinha. Te mantenho.
Enraivece-me que não sejas para mim, que eu não seja para ti. Queria-te. E tanto, tanto. Não consigo esconder, negar nem apagar que te gosto. Não percebo sequer porquê. Sei apenas que me habitas e amiúde me arrepias. Que sorrio ao ler o teu nome no telemóvel quando o toque do código morse me dá o “s”, o “m” e o “s”:
… - - … / … - - …
Que às vezes te sonho e que quase todas as noites te incluo naquilo que não é reza, mas que é o desejo de que se encontre bem o magote de pessoas de quem gosto. Estás no magote.

13 de abril de 2011

pet me

Hoje a minha cama está vazia.
Ontem, livre.
Anteontem, inabitada.

Hoje o meu telemóvel andou silencioso.
Ontem, mudo.
Anteontem, calado.
  
Estou desejosa do seu toque. Que regresse do paraíso e me preencha. Fisicamente. Que me preencha.
Me esgote.
Quero a ânsia do toque, a respiração contra a minha.
Falar com as bocas tangentes, adormecer em colher, acordar com o calor excessivo que os dois corpos produzem, incapazes de se largar.

[Acho que é mais ou menos por esta altura que as pessoas arranjam animais de estimação…] 

14 de agosto de 2010





Apenas contigo sinto as borboletas nascer e voar em mim, fazemos amor devagar e a terra gira no nosso compasso.

20 de outubro de 2009

em branco


Numa relação há sempre um que manda. E depois há o outro.
Nas minhas outras relações eu era tu.




Apenas mais gentil.



14 de outubro de 2009

o-oh, not again...


Saio do banho.
Hoje não passo a trote pelo espelho; detenho-me à sua frente.
Reparo como sou bonita (muito mais do que me lembrava) e como me fica bem este tom escuro que os dias recentes de praia me trouxeram à pele. Só os três triângulos de pele imaculada denunciam a minha verdadeira tez.
Toco-me. Gosto do meu peito. É bonito. É bonito e simétrico. Este foi o teu adjectivo: “são tão simétricas”. E são, de facto. Não fossem os pequenos sinais salpicados aleatoriamente e pareciam desenhadas de propósito assim: gémeas verdadeiras. Mentalmente repito as palavras serenas proferidas pelo médico – “Mama direita: boa; mama esquerda: boa” – aquando da ecografia mamária, não há muitos dias. Sorrio-me. É bom saber que as minhas maminhas estão óptimas.
Rodo 90 graus sobre os calcanhares e atiro um olhar inquisidor aos glúteos. Contraio. Descontraio. Contraio. Descontraio. “Menos mal!, os cremes não resolvem grande coisa, mas o exercício tem surtido efeito”.   
Começo a pôr creme, deslizando de baixo para cima, com o pé apoiado no mármore preto da bancada da casa-de-banho. Dedico especial atenção aos gémeos que amiúde relembram a lesão do ano passado.
Toco tambor na barriga com as mãos cheias de creme e encho as bochechas de ar para parecer o Bucha. Hoje estou especialmente tola. É só porque estou feliz.

Parece que me encontro com mais frequência agora. Deixei os artifícios e os engordadores de ego. Estava farta de fast food para a autoestima. Alimentar-me dos outros e dos seus sentimentos é bastante mesquinho e, não obstante, algo comum. Só me serena saber que era uma estrada com dois sentidos e que aos outros servi causas com maior ou menor grau de nobreza. De deusa do sexo a esposa perfeita fui vestindo as peles que me serviam. E alternava conscientemente o papel, ao estilo Jekyll/Hyde para servir os meus propósitos. Como me sentia preenchida nas metas a que me propunha, proporcionava (como quem troca cromos) felicidade extrema às minhas companhias – que não souberam/quiseram crer-me quando dizia “eu sei que não és para mim porque eu não sou para ti; com esta info, ou ficas ou vais”. Invariavelmente ficavam.


“Puxa, que frio!”.
Fiquei a vaguear em mim tanto tempo que perdi o tento. Arrepio-me. Olho-me e gosto do meu corpo. Visto um top com costas à nadadora e reparo quão bem me fica nos ombros, como mos torna largos. Faço umas poses que julgo ter visto num qualquer concurso de culturismo, rodo-me para um lado e para outro de modo a ver mais ângulos desta paródia.
Lanço mais um sorriso ao espelho.
Gosto dos meus dentes. Quase perfeitamente alinhados. Alvos. Suficientemente imperfeitos aqui e ali para terem personalidade. A língua percorre a arcada superior da direita para a esquerda. Aproximo-me mais do espelho. Se a imagem do espelho respirasse eu sentir-lhe-ia o cheiro a mentol. Deito a língua de fora. Língua para dentro.
Reparo que tenho os lábios secos. Aproveito a mão ainda com vestígios de creme e esfrego a cara com alguma – pouca – delicadeza. Com o dedo médio na horizontal insisto nos lábios até ficarem mais suaves ao toque.
Toca o telemóvel.
Uma mensagem.
Tenho as mãos engorduradas e não posso mexer-lhe, not yet. Olho para o visor de soslaio e o teu nome está lá, à minha espera.
Visto apressadamente a asa delta e umas calças de desporto, como se envergonhada por me teres apanhado neste momento meu comigo.
Paro. Olho-me. Sorrio. “Merda, estou mesmo a apaixonar-me.”

31 de agosto de 2009

dá-me lume

Não pensei que alguma vez voltasse a fumar.

Hoje encostei um cigarro aos lábios só para te saborear durante uns minutos.



Mais de dez anos sem fumar fazem com que pareça estranho o gesto outrora rotineiro. O calor e o acre a passarem por mim, a deixarem colado a todos os tecidos o cheiro estrangeiro. Não me contorci, não foi violento, foi fisicamente familiar.



Mais ainda, fechei os olhos para deixar que as papilas espevitadas e sãs te descobrissem no sabor e te namorassem, te cortejassem.



Lambi-te e sorvi-te e cheirei-te.



Comi-te e mordi-te e engoli-te.



Deixei-te passear por dentro de mim; permiti que alcançasses as minhas memórias e nelas te visses. Olhaste para ti e não te reconheceste. Estavas a cativar-me, de cigarro no canto da boca. Tens o mate característico de uma película 8mm gasta por excesso de uso. O granulado impedia-te de perceberes que eras tu. Reconheceste-me por entre as imperfeições – estás habituado a elas. Sorriste para mim. Ao fazê-lo, a imagem que não descodificavas sorriu também. Percebeste que eras tu, ali sentado. O tipo de ar descontraído, de cabelo propositadamente desalinhado. O homem níveo protegido pela camisa de tons claros. Não sei se foste tu que a vestiste de manhã ou se foi a minha memória, ainda há pouco. É indiferente: és tu, o autor dos meus sorrisos… e do meu bater de unhas na mesa: mindinho, anelar, médio, indicador. A impaciência. Mindinho, anelar, médio, indicador. Onde está o meu beijo? És tu, o interlocutor dos meus silêncios. Dos nossos silêncios. Em que desvio o olhar, penso o que é que estou aqui a fazer? e recebo a resposta quando os olhos retomam a rota dos teus. A minha mão tem uma polaridade inversa à tua e é quase impossível de deter, nos pequenos gestos. Toco-te e agarro-te como se não estivesse a deleitar-me em cada centímetro da tua pele. É tentador chegar à tua mão, que tem vida, que retribui os meus gestos. Infelizmente esta está ocupada com o cigarro.



O fumo. (Acordo!) O fumo…



O fumo que estava em mim já se perdeu na atmosfera. O meu sonho esfumou-se também. Inspiro-te outra vez. Mais uma vez te ingiro. Quero ter-te em mim mais esta vez. Forço-te com sofreguidão, inalo o fumo que és tu, sem esperar anuência. Deixo que saias de mim devagar, como se com medo de um fim. Quando estás assim, em mim, e me aqueces a boca tenho medo de ti. Tenho medo de não parar de te querer.



Não te apercebes de quão corrompida estou. Quão viciada. Não sei se quero que tomes consciência da saciedade que me trazes. Não conheces esse teu poder de me agarrar, entrar em mim e fazer-me perder as horas.



Amarga, apago o cigarro e esqueço-te por hoje.


23 de julho de 2009

Tremor

Foi só isso.






(E depois o resto…)

10 de fevereiro de 2009

eu & tu no palco

Os homens são apressadinhos. E isso é equipamento de série. É que já nem se fabricam sem o serem. Trazem o chip da pressa tão metidinho, tão metidinho que não conhecem outra condição.



E hoje sim, apeteceu-me generalizar. Hoje é tudo farinha do mesmo saco. É tudo farinha Amparo!



Lá porque somos simpáticas ou afectuosas não quer dizer que estejamos de quatro. As mulheres são naturalmente afáveis, até mesmo as duronas têm este lado. E os homens acham que por sermos amáveis amantes, somos amores.


(Ei, ca burros!)



Actualmente os homens já não detêm a exclusividade do sexo-por-sexo. E eu nem sequer gosto particularmente dum affair sem suporte, sem algo que me seduza, sem me sentir envolvida, mas daí a ter de estar apaixonada para partilhar a cama… gimme a break!



O amor per si não me cativa. O amor é o que fica quando a paixão desmaia, e a mim não me convence. Por enquanto quererei ser (ou estar) apaixonada. E apaixonar-me-ei todos os dias, se preciso.



Mas falar-lhe (ou falar-me) disto parece-me contraproducente. Como o oblique gaze ou efeito prismático, em que se estivermos a olhar directamente para algo não conseguimos ver tão nitidamente como se estivermos de olhos semicerrados a olhar ligeiramente para o lado.



Também os sentimentos se olhados directamente perdem a sua essência. Quando demasiado esmiuçados começam a desvanecer-se e só uma alteração de perspectiva (foco) ou um piscar (fechar) de olhos funcionam como redefinidor de contornos.





(pena que esmiuçar seja defeito meu…)

---


Gosto da paixão como gosto do plateau. Quase todos os (homens e mulheres) que conheço trabalham para o orgasmo. Correm para ele como se este lhes fugisse. Não me seduz sobremaneira, o orgasmo. Posso induzir-me vários, e desde criança os associo ao sono. Não são, por isso, uma prioridade.

O que me faz disparar os sentidos é o plateau, o pré-orgasmo; aquele estado letárgico, sublime, em que me domino, transcendo, excito e exercito. Se fosse uma maratona, eu correria 41km e ao percorrer o 42º, voltava para atrás. Correria até meio do percurso, voltaria a correr no sentido correcto, e andaria assim, de um lado para o outro, a evitar a meta. (Talvez não a correr – a saltitar, abanando os braços para me impulsionar).



Porque gosto de (me) explorar. E ao outro, de o cheirar e tocar e provar. Lamber--lhe os lábios devagar. Sentir a sua boca entreaberta. Deixar a minha mão percorrer- -lhe o corpo, abrindo caminho para que os lábios a imitem. Gosto de boquear (foi o verbo que inventei agora para traduzir algo com “tactear com a boca”). Gosto de cheirar o homem com quem estou. Gosto de o lamber.



É assim que sou. Tenho a maior das dificuldades em ser compreendida pelos homens que se sentem diminuídos na sua masculinidade ao repararem que não estou ali pelos orgasmos múltiplos. Poor guys. Eu não preciso que me "dêem" orgasmos! Seria como oferecerem-me lingotes de ouro; guess what?, tenho uma despensa cheia! Eu gosto, claro, são prazeirosos, mas esses orgasmos construídos em trinta segundos uso-os basicamente para combater a insónia.


O que me move é o prazer de ficar horas a fio a contemplar, admirar, esculpir, tactear o meu e o seu corpos. Construir um plateau onde fique a aproveitar-me dos seus recursos, do seu empenho, da sua energia. Não andar a pensar que orgasmos simultâneos é que são bons. Não são. Os deles duram três, os meus bastantes mais segundos. Há uma lacuna grande em que, devido ao estado de "sensibilidade" dele, não tenho o feedback pretendido. Trabalharem ou dedicarem-se os dois a um mesmo objectivo é muito mais profícuo.







19 de janeiro de 2009

G-l-o-v-e-s

Se não pretendes dar continuidade imediata ao meu tesão não puxes por mim. Não me seduzas devagarinho, não me cheires a mão para rescender os vestígios das luvas de pele que acabei de descalçar. Não me pegues na mão assim, delicadamente. Não o faças. Isso excita-me. Apenas não o faças.

Temos zero em comum. Apenas os minutos em que não há olhos abertos à nossa volta (excepto um barman que testemunhou a troca de uns beijos esfomeados). O catalisador é sempre a noite. A saída. A bebida. O proibido.

E os nossos olhos fazem sempre o mesmo: fecham-se e fingem. E ali não é preciso mais nada.

(Deixa-te ir, bolas!!!)

Quando te toco não penses sobre isso, deixa-te ir. Ou então não, mas sê coerente. (Já sei: és coerente com a tua vontade…)

Não me dês a boca quando vou despedir-me de ti e procuro a face. Se a procuro é para marcar uma posição. Algo como “não penses que é quando tu queres”. Mesmo que de facto seja, pretendo fingir [para ti e para mim] que estamos em pé de igualdade. Só para fabular sanidade.

Ah, e não me fales do perfume partido de outra pessoa. (Já agora).

12 de janeiro de 2009

Um obstáculo passivo externo

e a incapacidade de lidar com ele.


Ai ai, sublimação!!!!

...who?!?!

E se lhe ligasses?

Eu? Nem pensar. Ele que diga alguma coisa!

E se ele estiver a pensar a mesma coisa?

Não, não está. Está a aplicar uma teoria qualquer.

Ou uma terapia, um tratamento de choque. Eitherway, caguei.


Ah sim, nota-se!! Estás mortinha por lhe falar...



Eu?!?!

Não, o Papa!

9 de janeiro de 2009

Antoine de Saint-Exupery


"-Não - disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?



-É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. Significa "criar laços...".



-Criar laços?



-Exactamente - disse a raposa. Tu ainda não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo, aos teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...





(…)





Mas a raposa voltou à sua ideia.



- A minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu aborreço-me um pouco. Mas se tu me cativas, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me entrar debaixo da terra. O teu chamar-me-á para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, far-me-á lembrar de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...



A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:



-Por favor...cativa-me! - disse ela.



-Bem quisera - disse o principezinho - mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.



-A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. Os homens já não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens já não têm amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!



-Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.



-É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu sentar-te-ás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu olhar-te-ei pelo o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, sentar-te-ás mais perto...



No dia seguinte o principezinho voltou.



-Teria sido melhor voltares à mesma hora - disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz. Às quatro horas então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!


(...)


Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:



- Ah! Eu vou chorar.



- A culpa é tua - disse o principezinho - eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...



- Quis - disse a raposa.



- Mas tu vais chorar! - disse o principezinho.



- Vou - disse a raposa.



- Então, não lucras nada.



- Eu lucro - disse a raposa - por causa da cor do trigo.”



8 de janeiro de 2009

RocknRolla

Ontem fui ver o RocknRolla.



É um filme brutal. O submundo, os favorecimentos, crime e criminosos. Até aqui, nada de novo. O que o torna especial é a abordagem: a visão cómica, ridícula e às vezes naive dos criminosos tontos, brutos e com coração. E os clichés são do melhor que há: um russo no Reino Unido, com um estádio de futebol e um iate. Chama-se Omovich. Os capangas dele devem ter sido atletas olímpicos, pois claro! Do melhor.



Existe o músico junkie, incompreendido e revoltado, recalcado e adaptado ao submundo. Um lugar-comum muito bem conseguido.

A femme fatale, sempre composta, esguia, look profissional.



Existe o grupo, gang, quadrilha de tontos, que se junta para jogar poker. São amigos do peito e serão o núcleo das trapalhadas e gargalhadas do filme.



Deste filme destaco a melhor cena de sexo que vi nos últimos tempos. Não é a cena de sexo comum, não vão para lá pensar que vão entusiasmar-se. É apenas uma abordagem inovadora de uma rapidinha, um momento “wham, bam, thank you ma’am” retratado de modo divertido.



Todo o mérito para Guy Ritchie.



Para quem gostou do Burn After Reading, dos Coen brothers, este filme vem está mesma linha e tem apontamentos de humor fantásticos. Muito bons mesmo.



De 1 a 5? 5, sem dúvida.

4 de janeiro de 2009

devilish

Que dia!


(Oh Jesus, mete lá aí uma cunha e risca o dia 4/1/2009 do calendário. Ou então vamos vivê-lo do princípio! Só para eu fazer umas coisas de maneira diferente…)



Como hoje estava assim meia "deprê" vinguei-me no mundo. Mas no mundo todo. Fui mesmo mazinha, fazendo com que os meus actos tivessem repercussões sobre todo e cada ser deste planeta: não reciclei! Misturei o papel com o lixo orgânico, E hoje não me chateiem, senão eu posso perder a cabeça e ir pôr uma pilha no ecoponto amarelo!!!!




(uhhhhhh... eu sou má!!!) :p

21 de dezembro de 2008

you again

No outro dia julguei estar a precisar de ti. Acabei por perceber que estava a precisar de mim. Quando cheguei a casa trazia intacto o sexy outfit. Tinha vontade de, no elevador, ter o meu vestido amachucado pelas tuas mãos. Estava claro que eu tinha bebido mais do que a conta: o vestido estava incólume e tu não estavas lá.

Desapertei as botas com algumas dificuldades de equilíbrio e fui, de luzes apagadas, até ao quarto. O primeiro ímpeto ligar o aquecimento. Deitei-me na cama, ainda vestida. Estava abrasada. Tirei o telemóvel do bolso do casaco e respondi à última mensagem que enviaras.

No quarto escuro e ainda frio desembaracei-me da roupa devagar, como se fossem outras mãos a fazê-lo. (Adivinha). Saiu o casaco, voaram os acessórios incómodos, desapertei o vestido. Deixei as ligas e a restante lingerie. Sei que me incendeiam. Passei as mãos pelo corpo, como que a reconhecer-me e revi-me no tacto. Mensajava com a mão direita, tacteava com a esquerda.

Conheço exactamente as zonas que me fazem arrepiar, aquelas que me deixam sem forças, as que me fazem gemer ou simplesmente tremer.

O frio e o calor, a rigidez e a languidez conviviam perfeitamente debaixo da lingerie. Movimentos coleantes começaram a desenhar-se e não pretendi refreá-los.

Creio que adormeci por minutos, até receber a tua resposta. Não vinhas. Acordou a mão quente e adormecida. Acordou a mente. Acordaram as saudades. Acordou tudo. Já não te via há cerca de meia hora. Tempo demasiado. Deixei letárgicos os olhos após saber que não virias. Daí até voltar a adormecer foram poucos os minutos e muitos os batimentos cardíacos. Cheirei a mão doce e deixei-me morrer até à manhã seguinte.

19 de dezembro de 2008

olhó nougat! hoje são três de borla...

Ena pá!


Não há fome que não dê em fartura! Tenho alguma coisa escrita na testa? [Provavelmente tenho, mas nos meus espelhos não aparece].


Desamparem-me a loja, por favor!


Isto deve ser da época natalícia.


“Toma lá estes presentes”, deve ter dito o menino Jesus – sim, porque para mim não há cá barbudos barrigudos! É o menino que desce da manjedoura onde passa, estirado, 364 dias/ano, mostrando-se ao mundo e subornando os fiéis com modestos presentinhos. E nós, tontos, portamo-nos bem durante todo o ano por causa de bombons, coisas pró enxoval e ricos envelopes?!


E que belos presentes antecipados este ano, oh Jesus!? Deves andar com as prioridades trocadas. Ou tens uma secretária muito pouco eficiente, porque o post-it com esse pedido já criou mofo!!! Se eu fosse esperar, o melhor era fazer-te companhia nas palhinhas!


Agora não estou a precisar de homens. Agora podia ser outra coisa qualquer… mais material. Sei lá o quê. [Mas algo que dê para pôr debaixo da árvore e abrir na noite de consoada em que os adultos vão à missa do cocorócocó e os jovens (onde me incluo) ficam a ver o “Home Alone” pela octogésima quinta vez].


Agora… não me dês tipos a magote! Ao quarto de dúzia é “mai barato”?


Um amigo dum amigo já apelou ao toque. O excesso de toque por desconhecidos inquieta-me. Se houver anuência epidérmica desencadeio eu o processo, não a outra pessoa!! Afinal quem é que manda?


Outro, agora diz que está apaixonado. Ah e tal, os sentimentos. O quê? Mas conheces-me de algum lado? Sentimentos desses? Vá, chega-te para lá! Não sou a mãe dos teus filhos, lamento. Nem sei se vou ser dos meus! E não estou disponível para compromissos. É exactamente deles que pretendo proteger-me. Pretendo ficar imune durante uns tempos, para desintoxicar. Já tomei a vacina e tudo. Como não estava disponível no Plano Nacional de Vacinação saiu-me do bolso [leia-se “lombo” ou “pêlo”]. Ainda estou a pagar por ela… às prestações.*


O outro é um conhecido de há praí cinco anos, de quando eu ainda era pita. Sazonalmente vai apontando na minha direcção a ver se me acerta com uma chumbada. Invariavelmente não. Mas como está aberta a época de caça, aquela estrela de cinema treina a sua pontaria.



“Pró Natal, o meu presente, eu quero que seja…


…a minha agenda, a minha agenda tururururu!”







*As minhas metáforas nem sempre são as melhores, mas fazem-me tanto sentido na cabeça que não as usar retirava metade da riqueza do meu pensamento. “Riqueza” ou “alienação”. Uma das duas.

9 de dezembro de 2008

...

Um dia gostava de não gostar nadinha de ti. Um dia gostava que esse dia fosse já amanhã. Ou hoje. Mas amanhã era melhor, para hoje ainda poder gostar.

Um dia gostava de saber porque teimo em ser teimosa. Um dia gostava de ser diferente. Um dia. E saber o que seria se não fosse eu, mas outro alguém no meu corpo com o teu. Só para saber se esse alguém faria o que eu faço, como te receberia, se se aninharia como eu, vulnerável a ti.

[Mas isto não é sobre ti - é uma coisa minha].

Um dia gostava que não querer saber tanto, de não pensar tanto, de não empreender tanto. Um dia gostava de não me empenhar, de não me iludir. Mas eu adoro a ilusão… Gosto do sentimento que produz[o].

Gosto de saborear sentimentos. De os alimentar, de lutar contra uns, de permitir que floresçam outros. Gosto de falar com os meus sentimentos, de os escutar e de lhes ralhar se preciso for. Nem estou a falar de correspondência. Gosto de saber amar, ou de aprender a amar. E gosto de brincar comigo e com aquilo que sei sentir. Gosto do frenesim que é gostar. Gosto de poder chamar ao sentimento o nome que me aprouver; quer lhe chame paixão ou desejo ou amor representa algo só meu e tão indescritível que nunca será igual ao amor, desejo ou paixão que sentirás por alguém.

Por isso é que não procuro [e não encontro] definições. Procuro gestos. Dizem-me mais, falam comigo, chamam por mim. Procuro os olhos e o sorriso. Procuro o ténue tremor dos lábios, procuro o olhar desviado à procura duma memória, duma novidade, duma mentira. Procuro as mãos de dedos irrequietos, o olhar esquivo. Procuro a provocação, o limite, o êxtase. Procuro os dedos entrelaçados e a respiração tranquila. Procuro fugir da tempestade da rua e ouvir-te a rir, tímida ou aparatosamente. E procuro o arrebatamento, a perda de energia.

Procuro sofrer desmesuradamente se isso me fizer feliz. :)

7 de dezembro de 2008

Estou a entrar em dieta...
:) Let's do it!

17 de novembro de 2008

conta de somar

Dizem que os opostos se atraem! Isso é treta...

Isso é só nas leis da física. Nas leis do físico e do intelecto as pessoas sentem-se atraídas por quem é suficientemente diferente para ser exótico mas suficientemente alike para ser sintónico.


Sentimo-nos atraídos pela pessoa que mais se parece com o homem ou mulher que seríamos se fôssemos do sexo oposto: sentimos admiração por alguém, pela sua perspicácia, inteligência, pelo look ou sentido de humor, pelo modo como encara a vida e os desafios, pela assertividade ou resiliência, pelos pormenores que o tornam distinto… e desde que tenha em comum um qualquer ponto, que pode passar por uma atracção física ou anímica (ou ambas).


Conseguimos, portanto, definir um conjunto de características que nos agradam: "se eu fosse homem cozinhava bem como o Sr. A; lia 5 livros por mês como o Sr. B; era um bon vivant como o Sr. C;" (e podia continuar a usar o restante alfabeto e enumerar mais vinte e três características).


Sentimo-nos, assim, atraídas pelas virtudes que gostaríamos de ostentar se fôssemos do outro sexo. A questão que se põe é que raramente somos aquilo que gostaríamos. Assim, a proximidade que se obtém entre os dois é a soma entre o que o outro é e o que eu gostava de ser – e isto não chega. Baseia-se num facto somado a uma ficção o que torna frustrante o tentar imaginar ou viver as emoções através do par, porque não podemos ou não temos coragem para as viver nós mesmas. É a vulnerabilidade individual que faz com que estejamos constantemente no limbo entre (e retiremos o melhor d') o nosso mundo e as nossas vontades, entre o eu que procuro e o tu que julgo seres.

5 de novembro de 2008

Quem está frita da cabeça põe o dedo no ar!!!

(Quem está frita da cabeça põe o dedo no ar!!!)

De mim para mim:

Não querias evitar compromissos? Pois aí tens, minha menina! Tal e qual como andavas a pedir!

Cuidado com o que desejas, pois pode tornar-se realidade.

(Oh nãaaaaaaaaaaaao!)

É assim mesmo: pus-me a jeito para os não-compromissos, procurei a minha liberdade e, agora que a tenho, apetecia-me um bocadinho de compromisso. Só um bocadinho pequenino. O suficiente… o suficiente para nada!!

(Que raiva! J)

Não estou apaixonada, pah! (Vêem como sou boa a convencer-nos disto?).

(advertência: ler devagar senão não faz sentido!)

Estou só a deixar-me ir.

Nunca tinha ido ao sabor da corrente, nunca tinha deixado de dominar uma situação, mas como és bem espertinho já deves ter percebido isso, logo estás a dar-me exactamente aquilo que eu preciso... e que não sei se quero. E, querendo, só aceito porque és tu a dar-mo – isto porque já percebi que te permito ousadias que não julguei ser possível permitir a alguém. Fui clara? Não?

Bolas, pois não…

Isto confunde-me…

De facto o compromisso não me faz falta!!! Já tu...

Aguças-me o interesse, a vontade de te conhecer mais e mais, de rir contigo, de te arrancar palavras... e sabes disso. De manhã és mais falador; parece que te familiarizas à noite, evoluis de madrugada e de manhã já dizes aquelas coisas a que só tu dedicas tempo a pensar e que me deixam a pensar: "Onde é que estacionaste a nave espacial?". E lá está, eu pelos vistos sou de Marte, por isso sei que daí não vens!! Deves vir dum desses planetas novos cujo nome é ainda "científico", ou seja, ainda não se decidiu que filha nerd de que cientista nerd dará nome ao astro. Assim, baptizar-te-ei (tira o "p" se já estiveres na era pós-acordo ortográfico) 2007PtCb04 - este não é um número mecanográfico, ok? Se insistires posso chamar-te He-man – parece que agora é fashion atribuir nomes de personagens aos planetas.

Retomando a outra linha de raciocínio, entretanto vais e vens e vais, desapareces para a tua vida e voltas à minha de quando em vez.

E, ao que consta, foi exactamente isto que pedi, sim senhor.

Pedi, não a ti. Pedi! Desejei para mim.

Não procuro um nós, quero um tu&eu. E é isso que tenho – mais coisa menos coisa…! Só queria ter o "tu" mais vezes!

(Terror)