Inspiro fundo e encosto-o ao espelho do elevador.
13 de abril de 2011
às quatro da madrugada
Inspiro fundo e encosto-o ao espelho do elevador.
pet me

Me esgote.
19 de fevereiro de 2011
kiss my ass
Depois de uma noite bruta[l] de sexo, estamos os dois na casa de banho a preparar para ir dormir. Ele acaba de lavar os dentes e sai. Eu procuro, na minha bolsa, a escova de dentes... e nada:
- Olha, posso usar a tua escova de dentes, porque hoje me esqueci de trazer?
- Isso não é um bocado nojento...?
- Grande lata! Nojento, achas? [Tico e Teco a funcionar: wooooow... tu, ainda há dez minutos me lambeste o ass e agora dizes que o eu lavar os dentes com a tua escova é que é nojento?]
Lavo os dentes. Entro no quarto...
- Então, sempre usaste a minha escova?
- Não, não. Lavei com o dedo e bochechei com Listerine. Tinhas razão, é um bocado nojento... [Eheheh. Blherk!]
31 de janeiro de 2011
V-I-A-G-R-A
Isso é que era jeitoso...
5 de janeiro de 2011
shortcut
26 de novembro de 2010
{I'm out}
Da tensão no elevador até ficarmos de narizes siameses na cozinha de casa dele vai a distância de uns olhares que se encontram e se amigam.
Desvio a cara sempre que os seus lábios se aproximam perigosamente da área exclusiva dos meus, enquanto decidimos o que, afinal, beber. Estamos, de facto, a empatar, a engonhar.
E é nestes segundos, nestes momentos e jogos de mãos que mora o click, o ponto de não-retorno. Se é para nos devorarmos, é aproveitar esta altura, em que a respiração denuncia um coração a bombear em todas as direcções. Todas.
Se não é para o banquete, é aproveitar enquanto ainda não se tem contacto com essas direcções todas e evitar, assim, qualquer referência mental ou sugestão.
Ainda na cozinha, a olharmos para a garrafeira, faz questão de me abraçar por trás para que eu sinta, nas nádegas, as suas intenções – e são evidentes. Começa a desapertar-me o nó do cinto do casaco, doido por me lançar as mãos à cintura ou aos quadris, por debaixo do vestido.
6 de junho de 2010
"desculpa, mas não vai dar"
5 de janeiro de 2010
tutuRu-tutu... inspect her gadget... tutuRu-tutu whoo-hoo...
18 de agosto de 2009
29 de julho de 2009
O fim do mundo em cuecas!
"O Fim do Mundo em Cuecas!"
Pronto, e agora que estamos todos muito mais felizes, vou revelar o verdadeiro intuito deste post escrito. (Que em latim se diz "post scriptum", mas que não é a mesma coisa que um post escrito). Adiante.
24 de julho de 2009
stevie wonder date
A minha amiga que diz que eu sou uma oficina (isto fica para outro dia) foi ter um blind date, uma cafezinho à tarde com alguém de quem só ouviu falar. Um amigo dum amigo. Antes de ir, o telefonema:
Ela - Amiga, estou a ir tomar café com aquele. Aquele que vem cá para me conhecer. O que é que estás a fazer?
Eu - Estou a trabalhar… claro.
Ela - Num sábado à tarde?? Olha, mas eu precisava de ti. Se o gajo não for interessante e eu quiser vir-me embora mando-te uma SMS para me ligares. Assim eu digo que tenho uma emergência familiar e que tenho de ir embora.
Eu - Parece-me péssima ideia. Pelo modo como ele quis conhecer-te logo assim sem mais, já deve estar habituadíssimo a estas rotinas, estas deslocações para conhecer miúdas. E se ele for realmente desinteressante já viu esse filme da “emergência familiar” uma dúzia de vezes. Porque é que não fazemos antes assim: aguentas-te à bronca e bebes o cafezinho todo, uma vez que aceitaste o convite. Capice? Se não querias correr o risco, não alinhavas em blind dates. Sendo interessante ou não, fazes esse bem à humanidade de passar um tempo desinteressado – ouviste? “de-sin-te-res-sa-do” – com alguém. Achas-te capaz disso? E pronto… se realmente achares que ele é muito insistente ou só estúpido, nesse caso mandas-me um SMS que eu ligo. E aí vou eu ter contigo e fazemos o nosso típico “good cop / bad cop”! Ok? Estamos entendidas?
Ela - Ma’am, yes Ma’am.
(a verdade é que o cafezinho durou dezoito horas, das 2pm às 8am. Tudo isto existe, tudo isto é triste… J)
26 de junho de 2009
e é pra embrulhar, sff...
No restaurante, eu e a minha amiga brasileira:
Empregado (brasileiro) – Então minináis, como istão? Já iscolheram?
Eu – Eu já. Quero picanha. Com tudo. E para beber quero um guaraná.
Ela – Párá mim é áqueli bácálháu ispeciáu (...) e um compau fresco.
Eu – Olhe, então eu também quero um “compau fresco”!! (Fonix, será que eu disse isto ou só pensei?!? Merda. Pela cara dos dois, eu disse mesmo…)

E tu… já comeste fruta hoje?
J
23 de junho de 2009
Quem quer entrar no meu sonho põe o dedo no ar!! Pronto, podes ser tu aí, o do caparro!!!
Hoje vi o meu sono interrompido às 8 e pouco da manhã por um som frenético que vinha da rua. Acordei sobressaltada e dei conta que estava a sonhar com o Cristiano Ronaldo. Não que o rapaz me acenda nenhuma faísca desconhecida, mas eu estava a gostar do meu sonho, pelo que resolvi dormir mais duas horinhas e ver no que dava!
Pois claro que nessas duas horinhas de sonho encontrei-me com o CR uma data de vezes, andei no jardim a passear com ele. Ele só queria festa a toda a hora, é certo. E por festa eu não estou a referir-me ao São João… quero dizer mesmo cama. Sexo. A toda a hora. E eu, pudibunda, dizia que não. Dizia-lhe “mas pensas que eu sou como as outras?” (a típica conversa que todas as raparigas têm para se sentir especiais!)
E aí era ver o tipo usar os mais subtis jogos de sedução para me conquistar… e os menos subtis também! (Ficar nu à minha frente é bastante directo. Um ponto em “Assertividade” para o CR7.)
Engraçado foi, num desses momentos em que namorávamos (pudibundamente, lembrem-se) num parque ou jardim ou que era, ele dizer-me: “Tu cuidas tão bem de mim! Belisca-me, para eu acreditar que não estou a sonhar.” [Ora, pois não estavas a sonhar, CR. Eu é que estava, tá? Mas achei giro pores as coisas nesses moldes. (Que até fui eu que pus, porque quem escreveu o guião do sonho fui eu.)]
Além disto, o Cris tinha uma casa perto do Aeroporto de Lisboa, que era muito frequentada por… muita gente. Vi de tudo, desde sexo no sofá, entre duas pessoas tapadas com um lençol, até umas reuniões maçónicas com símbolos e bandeiras e coisas assim. Na casa do CR tirei tudo o que trazia nos bolsos e na mala (o BI, umas chaves, moedas – coroas suecas – e rebuçados “Flocos de Neve”) e fui andando com ele, para conhecer a casa. Tinha escadas para cima e para baixo e depois o andar de baixo era, de repente, o andar de cima outra vez. (nem nos sonhos o meu sentido de orientação me deixa bem vista!)
No dia seguinte, já ao fim da tarde ele mandou um carro com chauffeur vir buscar-me porque tinha muitas saudades minhas. E depois ligava-me e mandava SMS fofinhas. (ehehe, os media enchem-me a cabeça e eu nem dou conta !) Era o pesadelo de qualquer mulher independente… ou nem por isso!
O chauffeur era um bocado marado a conduzir e íamos batendo num autocarro que estava à nossa frente. Na minha janela apareceu um display para eu escrever o meu nome. Escrevi. Ao que parece ficou visível no topo do carro o meu nome, mas eu não sabia. As pessoas é que começaram a olhar para dentro do carro para ver se a cara era conhecida, uma vez que o nome não o era. Não, é claro que não me reconheceram. (o pior é que eu também não as reconheci… e não sei se estão a ver o preocupante da questão: fui eu que fiz o recrutamento e selecção do pessoal figurante no meu sonho!!!) J
Depois disto, quando cheguei ao pé do menino-prodígio, fomos passear de carro – eu a conduzir, ele acabou por adormecer – e depois fomos à caça. (Nem me atrevo a tentar interpretar…)
Ah pois é… quantas de vocês é que já foram à caça com o Cristiano Ronaldo? J Isto é só para gente muito marada. Mas muito marada mesmo…
13 de junho de 2009
...pedaço de bom caminho...
Todos os anos faço umas férias em família. Os meus pais, eu, o casal amigo dos meus pais e os dois filhos destes. Como nos conhecemos desde sempre e fazemos praia juntos todos os anos, este ano era só mais um. Sempre andámos à-vontade uns com os outros, fomos cúmplices nas saídas, encobríamos as escapadelas uns dos outros e sempre dormimos os três juntos. Sempre fomos tratados, quer pelos meus, quer pelos pais deles, como irmãos.
Naquela noite o irmão mais velho ia receber a visita de uma amiga recente que estaria de passagem ali por perto, em trabalho, e aproveitaria para ir tomar um copo e passar um bocado com o seu amigo. O outro irmão e eu ríamos que nem tontos, patrocinados por Cosmopolitans que pareciam ter sido preparados pelo próprio Tom Cruise em tempos que já lá vão.
Comecei a ficar cansada da noite e pedi ao mano mais novo para irmos andando. Ele também já estava cansado. É daquele tipo de homem que começa a rir e a dizer parvoíces quando fica com sono. Fica com os olhos amendoados, semicerrados, e ri-se por razão nenhuma. Íamos andando para casa; era eu que conduziria o carro dele. Apesar de ser novinho o rapaz conduz um descapotável. Como a noite estava quente (e ele fez questão disso) fez deslizar a capota e lá seguimos, eu arrepiada, ele feliz da vida, até nossas casas. A minha e a dele são paredes meias, mas o pátio e jardim são comuns, pelo que ficámos por ali recostados num sofá de exterior– daqueles de dossel que agora toda a gente insiste em ter… e ainda bem.
Ficámos a reviver memórias, a abafar o riso para não acordar os pais de ninguém e não ter de ouvir queixas durante o pequeno-almoço. Comecei a sentir frio e perguntei-lhe se queria subir comigo para me agasalhar. Disse-lhe, inclusive, que poderia dormir em nossa casa, como várias vezes fizera. Anuiu. Ficámos no meu quarto a falar e entretanto saí para me equipar para dormir. Top, calças de algodão, meias e caneleiras. Esta é a indumentária para um pré-sono. Enfiei-me na cama e continuámos as nossas conversas. Reparei por esta altura que, devido aos quatro anos de idade que nos separam, poucas vezes estivemos tão próximos. Sempre falei muito mais com o irmão, exactamente da mesma idade que eu, nascido 5 dias antes de mim. (Ninguém me tira da ideia que as nossas mães combinaram!)
Disse-lhe para vir para dentro dos lençóis porque a noite começava a arrefecer. Apagámos a luz e fomos dormir.
Pensava eu que íamos dormir. Passados longos minutos eu ainda não dormia. Chamei-o baixinho, pelo nome e soube que também não adormecera. Comecei a acariciá-lo na cara e nos ombros, para chamar o sono, e senti que estava a saber-lhe (tão) bem (como a mim) aquela partilha de mimo. Mantivemos a conversa em tom informal, sobre as coisas do passado e do presente. As mãos dele começaram a retribuir os gestos que eu lhe desenhava no corpo. Aproximei-me dele e não resisti a começar a dar-lhe pequenas dentadas nos ombros, na nuca, inclusive na cara. De barriga virada para baixo ele inspirava golfadas de ar em ritmos coincidentes com as trincas que lhe dava.
Os meus pais estavam a 30 cm de parece dali.
Não tive coragem de mimar o meu amigo como a minha libido pedia. Num acordo tácito mantivemos as mãos em zonas permitidas e as bocas longe uma da outra. Adormecemos de mão dada, não sem antes termos executado uma dança de carícias nas mãos, braços, cabeça e costas um do outro. Carícias dignas de um caso amoroso… utilizadas num caso amistoso. Durante a noite senti vontade de o acordar com um beijo na boca. Presumo que terá sentido o mesmo.
Ao amanhecer ouvi o lufa-lufa matinal da rotina dos meus pais e do pequeno-almoço que seria servido no jardim comum. Ao abrir os olhos senti como que uma vergonha, uma inibição por tudo o que se tinha passado durante a madrugada, no escuro. Ele continuava a dormir e não o acordei. Tomei banho e vesti-me. Fui ao jardim e vi a mãe dele sentada com a minha, à espera que servissem o pequeno-almoço. Cumprimentei as duas, disse que o mano mais novo dormira lá por casa e que estava ainda adormecido, ao que a mãe me pediu para o acordar pois tinha compromissos para essa manhã e não poderia atrasar-se muito mais.
Voltei ao quarto, ainda escurecido e não deixei os olhos habituarem-se à escuridão. Conheço bem os cantos do quarto e não demorei a estar de joelhos na cama, encostada à sua nuca, a dar-lhe os bons dias. Senti o sorriso a formar-se e já conseguia ver o branco dos seus perfeitos dentes. Dei-lhe um demorado beijo na bochecha e disse-lhe: “Anda, dorminhoco. A tua mãe já te chamou para ires tomar o pequeno-almoço no jardim.”
Sorriu novamente, puxou-me para si e deixando os meus lábios a poucos milímetros dos seus disse-me que eu cheirava bem. Inspirou-me a cara, o cabelo, o pescoço. Deu-me um abraço a que correspondi e soltou-me depois, dizendo que desceria dentro de poucos minutos. Fiquei com vontade de o amar ali. Forte, afastei-me, soltando-me da mão dele que ficaria esticada, no ar. Nunca cheguei a conhecer o sabor dos seus lábios.
10 de fevereiro de 2009
eu & tu no palco
Os homens são apressadinhos. E isso é equipamento de série. É que já nem se fabricam sem o serem. Trazem o chip da pressa tão metidinho, tão metidinho que não conhecem outra condição.
E hoje sim, apeteceu-me generalizar. Hoje é tudo farinha do mesmo saco. É tudo farinha Amparo!
Lá porque somos simpáticas ou afectuosas não quer dizer que estejamos de quatro. As mulheres são naturalmente afáveis, até mesmo as duronas têm este lado. E os homens acham que por sermos amáveis amantes, somos amores.
(Ei, ca burros!)
Actualmente os homens já não detêm a exclusividade do sexo-por-sexo. E eu nem sequer gosto particularmente dum affair sem suporte, sem algo que me seduza, sem me sentir envolvida, mas daí a ter de estar apaixonada para partilhar a cama… gimme a break!
O amor per si não me cativa. O amor é o que fica quando a paixão desmaia, e a mim não me convence. Por enquanto quererei ser (ou estar) apaixonada. E apaixonar-me-ei todos os dias, se preciso.
Mas falar-lhe (ou falar-me) disto parece-me contraproducente. Como o oblique gaze ou efeito prismático, em que se estivermos a olhar directamente para algo não conseguimos ver tão nitidamente como se estivermos de olhos semicerrados a olhar ligeiramente para o lado.
Também os sentimentos se olhados directamente perdem a sua essência. Quando demasiado esmiuçados começam a desvanecer-se e só uma alteração de perspectiva (foco) ou um piscar (fechar) de olhos funcionam como redefinidor de contornos.
(pena que esmiuçar seja defeito meu…)
---
Gosto da paixão como gosto do plateau. Quase todos os (homens e mulheres) que conheço trabalham para o orgasmo. Correm para ele como se este lhes fugisse. Não me seduz sobremaneira, o orgasmo. Posso induzir-me vários, e desde criança os associo ao sono. Não são, por isso, uma prioridade.
O que me faz disparar os sentidos é o plateau, o pré-orgasmo; aquele estado letárgico, sublime, em que me domino, transcendo, excito e exercito. Se fosse uma maratona, eu correria 41km e ao percorrer o 42º, voltava para atrás. Correria até meio do percurso, voltaria a correr no sentido correcto, e andaria assim, de um lado para o outro, a evitar a meta. (Talvez não a correr – a saltitar, abanando os braços para me impulsionar).
Porque gosto de (me) explorar. E ao outro, de o cheirar e tocar e provar. Lamber--lhe os lábios devagar. Sentir a sua boca entreaberta. Deixar a minha mão percorrer- -lhe o corpo, abrindo caminho para que os lábios a imitem. Gosto de boquear (foi o verbo que inventei agora para traduzir algo com “tactear com a boca”). Gosto de cheirar o homem com quem estou. Gosto de o lamber.
É assim que sou. Tenho a maior das dificuldades em ser compreendida pelos homens que se sentem diminuídos na sua masculinidade ao repararem que não estou ali pelos orgasmos múltiplos. Poor guys. Eu não preciso que me "dêem" orgasmos! Seria como oferecerem-me lingotes de ouro; guess what?, tenho uma despensa cheia! Eu gosto, claro, são prazeirosos, mas esses orgasmos construídos em trinta segundos uso-os basicamente para combater a insónia.
O que me move é o prazer de ficar horas a fio a contemplar, admirar, esculpir, tactear o meu e o seu corpos. Construir um plateau onde fique a aproveitar-me dos seus recursos, do seu empenho, da sua energia. Não andar a pensar que orgasmos simultâneos é que são bons. Não são. Os deles duram três, os meus bastantes mais segundos. Há uma lacuna grande em que, devido ao estado de "sensibilidade" dele, não tenho o feedback pretendido. Trabalharem ou dedicarem-se os dois a um mesmo objectivo é muito mais profícuo.
20 de janeiro de 2009
so... CUM AND GET IT!!!
…E quando uma pessoa pensa que já viu tudo…
…encontra-se por acidente, inbound Londres, com uma antropóloga cinquentona, de ascendência polaca, casada com um egípcio, que tem casa nas Caldas da Rainha.
Até aqui nada de impressionante…
A antropóloga está neste momento a colaborar no lançamento de uma revista britânica. Mostrou-me o nr. 0 da revista, que está muito bom. Then again, vão ter de ser feitas algumas alterações no #1, porque o #0 mostra “too much skin”. E mostra. Após demorada conversa, em que os pontos em comum são sempre enaltecidos, surge o entusiasmo em conhecer outras pessoas, contactos trocados, convites feitos, convites aceites. Sou capaz de colaborar com a revista em breve.
A revista, entre vários artigos interessantes, tinha uma nota que me deixou curiosa. Ou desconfiada. Uma das duas.
Uma receita chamada “creamy cum crepes”. Sim, é mesmo isso. (Se houver alguém interessado em conhecer a receita eu envio-lha). Fui procurar o livro de onde essa receita foi tirada.
Chama-se Natural Harvest e diz assim:
“Semen is not only nutritious, but it also has a wonderful texture and amazing cooking properties. Like fine wine and cheeses, the taste of semen is complex and dynamic. Semen is inexpensive to produce and is commonly available in many, if not most, homes* and restaurants. Despite all of these positive qualities, semen remains neglected as a food. This book hopes to change that. Once you overcome any initial hesitation, you will be surprised to learn how wonderful semen is in the kitchen. Semen is an exciting ingredient that can give every dish you make an interesting twist. If you are a passionate cook and are not afraid to experiment with new ingredients - you will love this cook book!”

"Querido, já estragaste tudo*!!!
Não te disse que queria fazer pudim?"
*E lá está: e se se acaba??
19 de janeiro de 2009
G-l-o-v-e-s
Se não pretendes dar continuidade imediata ao meu tesão não puxes por mim. Não me seduzas devagarinho, não me cheires a mão para rescender os vestígios das luvas de pele que acabei de descalçar. Não me pegues na mão assim, delicadamente. Não o faças. Isso excita-me. Apenas não o faças.
Temos zero em comum. Apenas os minutos em que não há olhos abertos à nossa volta (excepto um barman que testemunhou a troca de uns beijos esfomeados). O catalisador é sempre a noite. A saída. A bebida. O proibido.
E os nossos olhos fazem sempre o mesmo: fecham-se e fingem. E ali não é preciso mais nada.
(Deixa-te ir, bolas!!!)
Quando te toco não penses sobre isso, deixa-te ir. Ou então não, mas sê coerente. (Já sei: és coerente com a tua vontade…)
Não me dês a boca quando vou despedir-me de ti e procuro a face. Se a procuro é para marcar uma posição. Algo como “não penses que é quando tu queres”. Mesmo que de facto seja, pretendo fingir [para ti e para mim] que estamos em pé de igualdade. Só para fabular sanidade.
Ah, e não me fales do perfume partido de outra pessoa. (Já agora).
9 de dezembro de 2008
...
Um dia gostava de não gostar nadinha de ti. Um dia gostava que esse dia fosse já amanhã. Ou hoje. Mas amanhã era melhor, para hoje ainda poder gostar.
Um dia gostava de saber porque teimo em ser teimosa. Um dia gostava de ser diferente. Um dia. E saber o que seria se não fosse eu, mas outro alguém no meu corpo com o teu. Só para saber se esse alguém faria o que eu faço, como te receberia, se se aninharia como eu, vulnerável a ti.
[Mas isto não é sobre ti - é uma coisa minha].
Um dia gostava que não querer saber tanto, de não pensar tanto, de não empreender tanto. Um dia gostava de não me empenhar, de não me iludir. Mas eu adoro a ilusão… Gosto do sentimento que produz[o].
Gosto de saborear sentimentos. De os alimentar, de lutar contra uns, de permitir que floresçam outros. Gosto de falar com os meus sentimentos, de os escutar e de lhes ralhar se preciso for. Nem estou a falar de correspondência. Gosto de saber amar, ou de aprender a amar. E gosto de brincar comigo e com aquilo que sei sentir. Gosto do frenesim que é gostar. Gosto de poder chamar ao sentimento o nome que me aprouver; quer lhe chame paixão ou desejo ou amor representa algo só meu e tão indescritível que nunca será igual ao amor, desejo ou paixão que sentirás por alguém.
Por isso é que não procuro [e não encontro] definições. Procuro gestos. Dizem-me mais, falam comigo, chamam por mim. Procuro os olhos e o sorriso. Procuro o ténue tremor dos lábios, procuro o olhar desviado à procura duma memória, duma novidade, duma mentira. Procuro as mãos de dedos irrequietos, o olhar esquivo. Procuro a provocação, o limite, o êxtase. Procuro os dedos entrelaçados e a respiração tranquila. Procuro fugir da tempestade da rua e ouvir-te a rir, tímida ou aparatosamente. E procuro o arrebatamento, a perda de energia.
Procuro sofrer desmesuradamente se isso me fizer feliz. :)
3 de dezembro de 2008
mamas?!?!
- Acho que trouxe um decote demasiado profundo – disse eu, ao fim de estarmos praticamente quarenta minutos a falar sobre o dia, o trabalho e os problemas inerentes.
Era óbvio que, se eu trazia um decote como aquele, era para ser notado e, já agora (uma vez que não estamos sujeitos a grandes “inibições”) era digno de um comentário tão amplo como a área descoberta do meu colo.
Evidentemente, para ser comentado. E, mais do que isso, durante os primeiros minutos, para assim eu ver reconhecido o esforço de produção visual.
- Sim, também achei quando chegaste. Fica-te muito bem. Não é exagerado, só profundo. Fazes de propósito. Vinhas a andar e as tuas mamas saltitavam.
- “Mamas”?!?
- Sim, mamas. Então? Não posso chamar-lhes assim? Que queres que lhes chame? Se chamar “maminhas” vais dizer que estou a menosprezá-las… e não é o caso. Eu sei que usas wonderbra com esse vestido. Também não vou dizer “chuchas” senão vais perguntar “Pensas que estás a falar com os teus amigos?”. Então não sei como dizer: “seios” é demasiado formal, parece que não sou eu que lhes toco todos os dias. “Mamas” é um termo claro e não ofensivo. Não traz mal-entendidos e não ficas a pensar coisas. Sim, porque tu pensas demais.
- Hum. Está bem. “Mamas”. Pode ser. (Porra!)
29 de outubro de 2008
sorrio
O dia útil começa lá fora mas como estamos juntos não consigo descolar-me do seu corpo; o sol já nasceu há horas e a minha preguiça pede-me para ficar imóvel outro minuto; vou buscar mais um pouco do seu calor – visto-me com o corpo dele. Assim, agasalhada, a sua pele é-me tão familiar. Confundo-a com a minha.
Perco a noção do tempo. Um minuto fez-se uma hora. Cada vez que se mexe deixo que um olho acorde sozinho e o espreite, garantindo que está bem.
Não resisto. Fico assente no seu sono imperturbável, na sua paz aparente e sinto a vontade (quase) incontrolável de o acordar, esgotar, sorver.
Por momentos esqueço o tantra e penso em abusar dele até soarem os alarmes sensoriais. O shiva e o shakti que se lixem! Que arda no meu prazer o livro do Imperador Amarelo! Sinto o impulso para a comunhão – the urge to merge.
E depois desta quimera olho-o e vejo-o dormir descansado. Toda esta paz, esta calma amansam a minha sede [ou fome]. Inspiro-o. Cheiro-o. Agarro-me a ele como se em breve ficássemos separados por meio oceano. Inspiro-o. Cheiro-o. Não quero saber de mais nada senão dele, agora. Não vou sentir fome nem frio nem desconforto nem medo nem embaraço nem nada. Só isto. Vou deixar-me ir nos seus dedos, vou percorrer o seu corpo e esticar o tempo a meu bel-prazer. Vou beijá-lo. Não resisto e sorrio ao beijá-lo. É mais forte que eu, mas a minha felicidade aparece-me primeiro na boca. Sorrio.
Quando não está a reparar fixo-me nele. Vou fechando os olhos e verificando quão aproximada está a imagem real da mental. Faço uns ajustes e sorrio. Sou mesmo pateta. Mas gosto. Gosto de ser assim, de o esboçar na cabeça para ter a certeza que sou fiel aos cinco sentidos. A pele é aquela e não outra. O cabelo escrupulosamente alinhado. O cheiro é aquele, e aquele cheiro é meu. Fui eu que o cheirei, já o inspirei, é meu! O seu beijo traz água [no bico]. E o seu som… nenhum. Silêncio. No meio das inspirações curtas, destaca-se uma ou outra profunda e preparo-me para registar a expiração doce. [Já está!].
Inspiro-o. Cheiro-o. Guardo-o.
Sorrio. Deixo-o ir. Sorrio.