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19 de fevereiro de 2011

kiss my ass


Depois de uma noite bruta[l] de sexo, estamos os dois na casa de banho a preparar para ir dormir. Ele acaba de lavar os dentes e sai. Eu procuro, na minha bolsa, a escova de dentes... e nada:
- Olha, posso usar a tua escova de dentes, porque hoje me esqueci de trazer?
- Isso não é um bocado nojento...?
- Grande lata! Nojento, achas? [Tico e Teco a funcionar: wooooow... tu, ainda há dez minutos me lambeste o ass e agora dizes que o eu lavar os dentes com a tua escova é que é nojento?]
Lavo os dentes. Entro no quarto...
- Então, sempre usaste a minha escova?
- Não, não. Lavei com o dedo e bochechei com Listerine. Tinhas razão, é um bocado nojento... [Eheheh. Blherk!]

6 de junho de 2010

"desculpa, mas não vai dar"

Encontrámo-nos na discoteca onde nos conhecemos. Persegui-o com o olhar durante alguns minutos para o analisar e ver quão desconfortável ficara por me ver outra vez – a primeira desde que mandara um sms a dizer “Desculpa mas não vai dar”. Foram 3 meses de actividade sexual intensa, de concretização de uma série de fantasias e, no fim, um sms. Nem um “não és tu, sou eu”, nem um “um dia vais encontrar um tipo fantástico que te vai fazer feliz”. Eu não o queria para nada, mas uma conversa de café, entre pessoas adultas, resolve estas coisas. Desde o dia da mensagem ando com um saquinho no carro com coisas que ele fora deixando por minha casa. Como sabia que inevitavelmente havíamos de nos cruzar, prescindi de ver os seus pertences espalhados por minha casa. Tem sorte que eu não os tenha incinerado…
Hoje, por azar, tinha vontade de me divertir. Vamos ver se ele não me estraga a noite.
Vem ter comigo e com as minhas duas amigas, que já conhece, e cumprimenta-nos. Empresto-lhe o meu melhor sorriso mas depressa o guardo para não o gastar inutilmente. Faz conversa de ocasião, leva respostas de ocasião, tudo misturado com alguma raiva. Ainda não recompus o ego – não que me tenha despedaçado particularmente, mas levar com os pés não é das minhas actividades predilectas.
Quando volta para o seu grupinho vejo que está com uma companhia especial. Ela olhou-o de maneira especial, agarrou-o de maneira especial, amuou de maneira especial. Gostei. Vejo que ela está a ir-se embora e não resisto a sorrir – é mais forte que eu.
É incrível que ele tenha escolhido este exacto momento, em que sorrio, para olhar na minha direcção. A sua companhia vira costas e vai andando. Ele, como menino bem comportado, faz de macaco de imitação. Faço-lhe uma continência trocista, viro costas à sua palhaçada passional e continuo a dançar com as minhas amigas.
Estranhamente, passados uns minutos, ele regressa de copo na mão, sem namoradinha e de sorriso na boca. Não lhe ligo muito mas observo-o de vez em quando. Quando vou à casa de banho vai atrás de mim e ficamos a meio do caminho, perto do lounge. Aproveito os sofás para me sentar porque estou mesmo aflitinha. Que quererá de mim?
- Vim só falar contigo, saber mais de ti. Como estás? Fui tão estúpido contigo… Desculpa.
- Não te preocupes, as coisas entre nós não estavam a funcionar. Foi melhor assim. Ah, por falar nisso, tenho no carro um saco teu com uns boxers, uma escova de dentes e aqueles teus preservativos horríveis de mentol – quando te fores embora avisa-me que eu saio contigo para tos dar, ok?
- Então vamos já, porque eu estou mesmo de saída. Vou ter a casa da minha namorada, ela é que já foi andando porque estava maldisposta.
- Maldisposta… ok. Vou só ao wc, depois vou avisar as minhas amigas que vou ao carro, mas tu vai pagando e saindo. O meu carro está no estacionamento. Olha, e lava as mãos e a boca, que as trazes nojentas.
Assim fizemos. Eu fui ao wc, ele foi também e depois foi pagar. Avisei o porteiro que já vinha – e como ele já me conhece não levantou questões. Fomos a andar para o carro:
- Então e tu, andas com alguém?, pergunta-me ele.
- Ando. Ando com quatro gajos mas não são importantes. É só para foder.
- Ahaha, és mesmo engraçada.
- Costumo ser, quando digo piadas.
Chegamos ao meu carro. Destranco-o e vou para a porta do passageiro porque é lá, de lado, que está o bendito saco. Ele segue-me e, quando abro a porta, senta-se no lugar do passageiro como tantas vezes fez, quando íamos passear. Fico de pé a falar com ele mas logo me arrepio com o vento que faz e vou sentar-me no lado do condutor.
Ficamos a falar. De nada, basicamente. Falou-me do trabalho, disse-me que chegara hoje de férias, que a namorada estava amuada porque em vez de ter ido ter com ela quando chegou, foi jantar com os amigos, vindo depois para aqui.
Tanto me dá. Não ouço metade do que me diz. Sentada, o decote do meu vestido dá de si, mas não reparo logo nisso. E quando reparo não faço nada. Olho para as calças dele e vejo que estão com o volume que me é familiar. Neste momento tenho duas hipóteses: ou lhe digo para se ir embora porque as minhas amigas podem ficar preocupadas, ou lhe lanço a mão ao inchaço na braguilha.
Opto pela segunda. Ponho-lhe um dedo sobre os lábios para que se cale com aquelas conversas sem sentido. Quando se cala levo a mão às suas calças e sinto-o rijo debaixo da sarja, dentro da minha mão. Imediatamente fecha os olhos e quer agarrar-me. Não permito. Empurro-o e encosto-o bem ao banco dele. Levo a mão ao manípulo do banco do passageiro e empurro-o o máximo para trás. Ambos sabemos o que vem aí, porque este cenário é-nos muito familiar.
Puxo o vestido para cima, ainda sentada no meu banco, para que ele veja que estou sem roupa interior – aproveitei a ida ao wc para a tirar. De qualquer modo, só se este cenário se proporcionasse é que ele ficaria a saber. Levo a mão aos seus cabelos e puxo-lhe a cabeça para baixo, até mim e penso “estes são os únicos lábios que (me) vais beijar, por isso aproveita”. Abro as pernas no mesmo gesto, enquanto ele se ajeita no banco para me chegar sem contorcionismos. Tranco o carro. Lambe-me como sabe que gosto, como lhe ensinei: como se eu fosse um cornetto a derreter. A língua fica mole e toda de fora; a ponta da língua não serve para aqui – a parte central da língua é que trabalha, como fazem os gatos para se banharem. Agarro-lhe na mão direita e dirijo um dedo para dentro de mim - aliás, 2/3 de dedo - já o sabe - e não mais. Virado para cima, em forma de gancho. Em forma de G.
- Assim… assim está bom. Não pares – digo
Agarro-lhe outra vez a cabeça e puxo-a ainda mais contra mim. Sei que fica com pouco ar para respirar, mas também eu não me queixava quando ele me entupia a garganta, naquelas sessões imitadoras de filmes. Com um pé, entretanto descalço, começo a massajá-lo por fora das calças – e assim averiguo a sua “disposição”.
Está boa. Está boa, a disposição. Está como o seu ego.
- Faz assim, faz – digo – continua. Não pares. Assim… assim… vá… – digo-lhe enquanto “rebolo” na sua boca – anda, faz-me vir. Vá, dá-me. Come-me bem, come.
É inevitável: venho-me na sua boca. Não faço muitos barulhos, os meus orgasmos solitários são silenciosos – e este é como se tivesse sido um desses, em que só estou eu. Foi bom, mas sem importância.
Fico encostada ao banco ainda a gemer por dentro e a escorrer saliva. Normalmente seria nesta altura que eu subiria para o seu banco, desapertar-lhe-ia as calças e sentar-me-ia nele, cavalgando-o sem misericórdia até ele me avisar para eu sair e ir comê-lo – ou bebê-lo, tanto faz.
Mas não hoje. Abro o porta-luvas, tiro um pacote de lenços de papel. Tiro um para mim, que ponho entre as pernas ensopadas, e aperto. Puxo o vestido para baixo. Dou-lhe outro lenço para que limpe a baba e os meus vestígios naqueles lábios, nariz e queixo. Fica atónito a olhar para mim. Pego no saco que ficou no chão do carro, do lado dele, já bastante amachucado pelos ténis número 46 do menino. Ponho-lhe o saco no colo e digo-lhe para sair. Olho mais uma vez para o chumaço provavelmente bem húmido que traz dentro das calças e sinto vontade de o devorar, mas isso não me vai fazer sentir melhor. Destranco o carro e repito, com a voz mais segura:
- É melhor ires andando. – E, dizendo isto, abro a porta do meu lado, calço-me e saio. Tiro discretamente o lenço de papel, enrolo-o e guardo-o na mala. Ajeito o vestido e o cabelo.
Ele não argumenta. Pega no saco, abre a porta do carro, sai. Quando ouço a sua porta bater tranco o carro e dirijo-me para a zona da entrada da discoteca.
Não sei que mais se passou atrás de mim. Não sei como ficou, se foi logo embora ou não. Sei que caminhei devagar mas com segurança de volta à discoteca, ainda com pequenos espasmos por ter tido um belo orgasmo há menos de um minuto. Entrei, fui dizer às minhas amigas que me ia embora, fui pagar e voltei a sair. Dirigi-me ao carro e rumei a casa.
Fiquei a pensar que cara teria feito ao ler o papel que lhe deixei no saco, com as suas coisas, a dizer “desculpa mas não vai dar”.

28 de fevereiro de 2010

"Queres companhia?"


Todos os sábados à noite (já domingos de madrugada, algures entre as 2am e as 7am) recebo a mesma mensagem: “queres companhia?”.
Das primeiras vezes achei excitante o tipo quase desconhecido e sobejamente viril abordar-me desta maneira. Em cinco segundos respondi enviando-lhe a morada. Nas vezes seguintes apenas lhe respondia “Despacha-te”. E ele, bem-mandado, despachava-se. Vinha e despachava-me e vínhamo-nos. Só já deitados eu tinha tempo para tomar ciência do cheiro a fumo trazido das noites badaladas de onde este tipo aparecia, invariavelmente alcoolizado e feliz. Falávamos muito durante os cigarros que ele fumava, nu, à janela do meu quarto. Quando não estávamos, (eu) a falar e (ele) a fumar, fodia-me sem misericórdia, como se me punisse. Nunca fez amor comigo, era sempre um saciar de apetite como se da última vez se tratasse.
A última vez, de facto, não tardou.
A minha resposta habitual – o “despacha-te” – deu lugar a um “não posso porque…”, bastante mal cozinhado. Entretanto aumentei o rol de desculpas e o “estou muito cansada” serviu pretty well. Escudava-me e escusava-me com o trabalho, com outros programas,… cheguei ao burlesco e risível cúmulo das indisposições várias como  a célebre dor – a de cabeça e outras.
E estas foram as únicas mensagens que trocámos desde então: todos os sábados, devotamente, a mesma pergunta e uma resposta diferente na forma, mas não no conteúdo.
Há uns meses deixei de responder, mas continuo a receber o “Queres companhia?” como se de uma religião me tratasse. 

24 de julho de 2009

stevie wonder date

A minha amiga que diz que eu sou uma oficina (isto fica para outro dia) foi ter um blind date, uma cafezinho à tarde com alguém de quem só ouviu falar. Um amigo dum amigo. Antes de ir, o telefonema:

Ela - Amiga, estou a ir tomar café com aquele. Aquele que vem cá para me conhecer. O que é que estás a fazer?

Eu - Estou a trabalhar… claro.

Ela - Num sábado à tarde?? Olha, mas eu precisava de ti. Se o gajo não for interessante e eu quiser vir-me embora mando-te uma SMS para me ligares. Assim eu digo que tenho uma emergência familiar e que tenho de ir embora.

Eu - Parece-me péssima ideia. Pelo modo como ele quis conhecer-te logo assim sem mais, já deve estar habituadíssimo a estas rotinas, estas deslocações para conhecer miúdas. E se ele for realmente desinteressante já viu esse filme da “emergência familiar” uma dúzia de vezes. Porque é que não fazemos antes assim: aguentas-te à bronca e bebes o cafezinho todo, uma vez que aceitaste o convite. Capice? Se não querias correr o risco, não alinhavas em blind dates. Sendo interessante ou não, fazes esse bem à humanidade de passar um tempo desinteressado – ouviste? “de-sin-te-res-sa-do” – com alguém. Achas-te capaz disso? E pronto… se realmente achares que ele é muito insistente ou só estúpido, nesse caso mandas-me um SMS que eu ligo. E aí vou eu ter contigo e fazemos o nosso típico “good cop / bad cop”! Ok? Estamos entendidas?

Ela - Ma’am, yes Ma’am.

(a verdade é que o cafezinho durou dezoito horas, das 2pm às 8am. Tudo isto existe, tudo isto é triste… J)

23 de junho de 2009

Quem quer entrar no meu sonho põe o dedo no ar!! Pronto, podes ser tu aí, o do caparro!!!

Hoje vi o meu sono interrompido às 8 e pouco da manhã por um som frenético que vinha da rua. Acordei sobressaltada e dei conta que estava a sonhar com o Cristiano Ronaldo. Não que o rapaz me acenda nenhuma faísca desconhecida, mas eu estava a gostar do meu sonho, pelo que resolvi dormir mais duas horinhas e ver no que dava!

Pois claro que nessas duas horinhas de sonho encontrei-me com o CR uma data de vezes, andei no jardim a passear com ele. Ele só queria festa a toda a hora, é certo. E por festa eu não estou a referir-me ao São João… quero dizer mesmo cama. Sexo. A toda a hora. E eu, pudibunda, dizia que não. Dizia-lhe “mas pensas que eu sou como as outras?” (a típica conversa que todas as raparigas têm para se sentir especiais!)


E aí era ver o tipo usar os mais subtis jogos de sedução para me conquistar… e os menos subtis também! (Ficar nu à minha frente é bastante directo. Um ponto em “Assertividade” para o CR7.)


Engraçado foi, num desses momentos em que namorávamos (pudibundamente, lembrem-se) num parque ou jardim ou que era, ele dizer-me: “Tu cuidas tão bem de mim! Belisca-me, para eu acreditar que não estou a sonhar.” [Ora, pois não estavas a sonhar, CR. Eu é que estava, tá? Mas achei giro pores as coisas nesses moldes. (Que até fui eu que pus, porque quem escreveu o guião do sonho fui eu.)]


Além disto, o Cris tinha uma casa perto do Aeroporto de Lisboa, que era muito frequentada por… muita gente. Vi de tudo, desde sexo no sofá, entre duas pessoas tapadas com um lençol, até umas reuniões maçónicas com símbolos e bandeiras e coisas assim. Na casa do CR tirei tudo o que trazia nos bolsos e na mala (o BI, umas chaves, moedas – coroas suecas – e rebuçados “Flocos de Neve”) e fui andando com ele, para conhecer a casa. Tinha escadas para cima e para baixo e depois o andar de baixo era, de repente, o andar de cima outra vez. (nem nos sonhos o meu sentido de orientação me deixa bem vista!)


No dia seguinte, já ao fim da tarde ele mandou um carro com chauffeur vir buscar-me porque tinha muitas saudades minhas. E depois ligava-me e mandava SMS fofinhas. (ehehe, os media enchem-me a cabeça e eu nem dou conta !) Era o pesadelo de qualquer mulher independente… ou nem por isso!


O chauffeur era um bocado marado a conduzir e íamos batendo num autocarro que estava à nossa frente. Na minha janela apareceu um display para eu escrever o meu nome. Escrevi. Ao que parece ficou visível no topo do carro o meu nome, mas eu não sabia. As pessoas é que começaram a olhar para dentro do carro para ver se a cara era conhecida, uma vez que o nome não o era. Não, é claro que não me reconheceram. (o pior é que eu também não as reconheci… e não sei se estão a ver o preocupante da questão: fui eu que fiz o recrutamento e selecção do pessoal figurante no meu sonho!!!) J


Depois disto, quando cheguei ao pé do menino-prodígio, fomos passear de carro – eu a conduzir, ele acabou por adormecer – e depois fomos à caça. (Nem me atrevo a tentar interpretar…)



Ah pois é… quantas de vocês é que já foram à caça com o Cristiano Ronaldo? J Isto é só para gente muito marada. Mas muito marada mesmo…


20 de junho de 2009

vai dar uma volta ao bilhar grande



Cenário:



Estamos há três dias a conviver mas ainda não trocámos palavras. Tenho de dar-lhe um papel:





- Aqui tem. Pode ficar com este papel. (Pensamento: És mesmo giro!)



- E consigo, também posso ficar?



- Comigo não. Já tenho planos para o resto da vida. (Pensamento: Que descaramento!)









point of no return

O que eu gostava das lições 100! Lembro-me de fazermos a algazarra total nestes dias. Era comer tortas DanCake, beber Coca-Cola, muitos Cheetos, Fritos e outras coisas que fazem mal. Devia haver mais variedade, eu é que recordo principalmente estas gulodices por serem proibidas lá em casa. Proibidos eram também os namoricos. O bom é que os meus pais não precisaram de se preocupar comigo neste ponto: eu estava mais interessada em jogar às damas, ao berlinde (sempre fui craque!), em saltar ao elástico, jogar ao Sabichão (sim, também lhe torci a varinha para me rir com a sua ignorância!!), ao “peixinho”, ao mata, em tocar piano e vestir as imitações de Barbies.



Mas as lições 100 do 5º ano foram especiais. Alguém levou um rádio com leitor de k7, outros levaram as k7 com o melhor som do momento. O SUPERMIX 7 foi rei no meu ano áureo.



Os namoricos floresciam por esta altura. Ainda não tinha dado o meu primeiro beijo a sério. (Ok, e não cheguei a dá-lo. Eu ligava muito mais à sedução, mesmo sem me aperceber disso. Porque tinha um brilho natural, creio! [xi, que modesta!] No meu bairro faziam-se apostas para ver quem conseguia um beijo meu. Escusado será dizer que ganhavam os que apostavam na minha “frigidez”…).



Mas voltemos ao Ciclo.



Eu gostava dum rapaz que gostava de mim… e de mais umas 30 miúdas, para dar um número redondo. Ora, como não estava disposta a dar o meu primeiro beijo a alguém que depois o fosse dividir (nas trocas de saliva) com sirigaitas, remeti-me à abstinência oscular.



E fiz bem.



Ainda chegámos a marcar um date num jardim mas houve fuga de informação e uma horda de incrédulos estava no spot muito antes de mim e muito (mal) escondidos!! Place your bets, só faltava ouvir!!!



Aquilo foi um evento que se situa entre o Bwin numa versão home made infanto-juvenil, e a espera que os crentes fizeram em Fátima, nos dias 13 dos meses seguintes aos pastorinhos terem comido aqueles cogumelos fixes.



Enfim… O tal jardim estava cheio de infantes atrás de arbustos hormonalmente aos pulos com a ideia de ver a boca da marciana quebrar a castidade a que estava votada. Esse momento não chegou naquele dia, exactamente por ele ter ido contar a toda a gente que me ia beijar. E os descrentes ganharam... mais uma vez! J



Mas as lições 100 marcar-me-iam para sempre. E porquê? Porque numa dessas lições este rapaz do quase-beijo recusou uma dança com a minha arqui-inimiga-loura e veio convidar-me a mim para dançar. E eu não dancei… eu flutuei! Estive no céu. Dançámos um slow que alguém (bendito seja!) trouxe numa atitude lamechas e cujo alcance essa criança desconhece.



Foi neste ano que saiu em grande força o hit (Everything I Do) I Do It For You, do Bryan Adams. E mudou a minha vida.



Vá, mudou a minha infância.



Bem, talvez o 5º ano.



Mudou o Verão.



Pronto, talvez nem o Verão! Mudou uma tarde. E tornou-a memorável.



(Sim, é isto.)



Aqueles minutos em que estive agarrada ao objecto do meu desejo foram mágicos. Mais de 4 minutos de êxtase. Aproveitei para me aproveitar dele, claro. Já que não ia beijá-lo ao menos ia mostrar-lhe o que é que ele (por ter andado a gabar-se que me ia beijar) estava a perder. (Isto são mesmo vingançazinhas à gaja, ya!). O engraçado é que eu queria que ele aprendesse uma lição, mas quem aprendeu fui eu.



Durante a dança fomos aproximando os corpos e comecei a sentir o ritmo cardíaco dele, completamente desfasado do slow que dançávamos. Os seus olhos fecharam-se; enrolou mais os braços à volta da minha cinturinha de impúbere e eu, de braços enlaçados à volta do pescoço dele e cabeça apoiada no seu ombro, pensei: “ah, então é disto que toda a gente fala…” e deixei-me ficar, guiada por um sentimento que acabara de descobrir, e por umas borboletas (que não me lembro de ter engolido) dançando no estômago.



Foi a melhor dança de sempre. De todo o sempre. Senti-me com metade da idade, envergonhada por ainda não ter querido ou deixado aquele sentimento nascer em mim.



Volvidos 17 anos a recordação ainda faz soltar um suspiro, talvez por nunca nos termos beijado. (Será que eu estou aqui a ver um “padrãozinho de não-beijar” que ainda hoje se mantém?!).



Whatever.



…Foi somewhere nesses 4 minutos que começou um rol de lamechice interior que não mais veria fim. Não tenho culpa. Uma vez aberto o portão da pieguice, encontrei-me num ponto de não-retorno. J E gosto tanto de viver assim!

13 de junho de 2009

O Cris, o Cris, já foi a Paris...

Toda a gente se lembra da Ana Faria e dos Queijinhos Frescos, que tantas (e boas) músicas nos proporcionaram na infância. Entre nós, os que ouvíamos estas musiquetas, estava um menino chamado Cristiano…

Esta é a história de um menino que queria ir a todas, mas acabou por só ir a Paris…

(o truque é substituir “Luisinho” por “Cristiano” e “Luís” por “Cris”…)

E vejam lá se não bate mesmo mesmo certo…







O Cristiano quer passear

desde manhã até ao deitar. (confere)

Quer ir a Roma, Madrid e Berna, (confere)

Londres, Bruxelas, Bona e Viena.

Não pode ir a todas as capitais. (confere)

Tem de escolher a que gosta mais. (confere)

O Cris, o Cris quer ir a Paris

O Cris, o Cris quer ir a Paris (confere)

Um dia o pai fez-lhe a vontade

quando achou que ele já tinha idade.

Foi a Paris, andou pelas pontes, (confere)

jardins e praças, estátuas e fontes. (confere)

Visitou Montmartre e Saint Michel,

Subiu ao cimo da Torre Eiffel. (confere)

O Cris, o Cris já foi a Paris

O Cris, o Cris já foi a Paris (confere)





Xa-ran!!!!!!!!!

...pedaço de bom caminho...

Todos os anos faço umas férias em família. Os meus pais, eu, o casal amigo dos meus pais e os dois filhos destes. Como nos conhecemos desde sempre e fazemos praia juntos todos os anos, este ano era só mais um. Sempre andámos à-vontade uns com os outros, fomos cúmplices nas saídas, encobríamos as escapadelas uns dos outros e sempre dormimos os três juntos. Sempre fomos tratados, quer pelos meus, quer pelos pais deles, como irmãos.


Naquela noite o irmão mais velho ia receber a visita de uma amiga recente que estaria de passagem ali por perto, em trabalho, e aproveitaria para ir tomar um copo e passar um bocado com o seu amigo. O outro irmão e eu ríamos que nem tontos, patrocinados por Cosmopolitans que pareciam ter sido preparados pelo próprio Tom Cruise em tempos que já lá vão.

Comecei a ficar cansada da noite e pedi ao mano mais novo para irmos andando. Ele também já estava cansado. É daquele tipo de homem que começa a rir e a dizer parvoíces quando fica com sono. Fica com os olhos amendoados, semicerrados, e ri-se por razão nenhuma. Íamos andando para casa; era eu que conduziria o carro dele. Apesar de ser novinho o rapaz conduz um descapotável. Como a noite estava quente (e ele fez questão disso) fez deslizar a capota e lá seguimos, eu arrepiada, ele feliz da vida, até nossas casas. A minha e a dele são paredes meias, mas o pátio e jardim são comuns, pelo que ficámos por ali recostados num sofá de exterior– daqueles de dossel que agora toda a gente insiste em ter… e ainda bem.

Ficámos a reviver memórias, a abafar o riso para não acordar os pais de ninguém e não ter de ouvir queixas durante o pequeno-almoço. Comecei a sentir frio e perguntei-lhe se queria subir comigo para me agasalhar. Disse-lhe, inclusive, que poderia dormir em nossa casa, como várias vezes fizera. Anuiu. Ficámos no meu quarto a falar e entretanto saí para me equipar para dormir. Top, calças de algodão, meias e caneleiras. Esta é a indumentária para um pré-sono. Enfiei-me na cama e continuámos as nossas conversas. Reparei por esta altura que, devido aos quatro anos de idade que nos separam, poucas vezes estivemos tão próximos. Sempre falei muito mais com o irmão, exactamente da mesma idade que eu, nascido 5 dias antes de mim. (Ninguém me tira da ideia que as nossas mães combinaram!)

Disse-lhe para vir para dentro dos lençóis porque a noite começava a arrefecer. Apagámos a luz e fomos dormir.


Pensava eu que íamos dormir. Passados longos minutos eu ainda não dormia. Chamei-o baixinho, pelo nome e soube que também não adormecera. Comecei a acariciá-lo na cara e nos ombros, para chamar o sono, e senti que estava a saber-lhe (tão) bem (como a mim) aquela partilha de mimo. Mantivemos a conversa em tom informal, sobre as coisas do passado e do presente. As mãos dele começaram a retribuir os gestos que eu lhe desenhava no corpo. Aproximei-me dele e não resisti a começar a dar-lhe pequenas dentadas nos ombros, na nuca, inclusive na cara. De barriga virada para baixo ele inspirava golfadas de ar em ritmos coincidentes com as trincas que lhe dava.


Os meus pais estavam a 30 cm de parece dali.



Não tive coragem de mimar o meu amigo como a minha libido pedia. Num acordo tácito mantivemos as mãos em zonas permitidas e as bocas longe uma da outra. Adormecemos de mão dada, não sem antes termos executado uma dança de carícias nas mãos, braços, cabeça e costas um do outro. Carícias dignas de um caso amoroso… utilizadas num caso amistoso. Durante a noite senti vontade de o acordar com um beijo na boca. Presumo que terá sentido o mesmo.


Ao amanhecer ouvi o lufa-lufa matinal da rotina dos meus pais e do pequeno-almoço que seria servido no jardim comum. Ao abrir os olhos senti como que uma vergonha, uma inibição por tudo o que se tinha passado durante a madrugada, no escuro. Ele continuava a dormir e não o acordei. Tomei banho e vesti-me. Fui ao jardim e vi a mãe dele sentada com a minha, à espera que servissem o pequeno-almoço. Cumprimentei as duas, disse que o mano mais novo dormira lá por casa e que estava ainda adormecido, ao que a mãe me pediu para o acordar pois tinha compromissos para essa manhã e não poderia atrasar-se muito mais.


Voltei ao quarto, ainda escurecido e não deixei os olhos habituarem-se à escuridão. Conheço bem os cantos do quarto e não demorei a estar de joelhos na cama, encostada à sua nuca, a dar-lhe os bons dias. Senti o sorriso a formar-se e já conseguia ver o branco dos seus perfeitos dentes. Dei-lhe um demorado beijo na bochecha e disse-lhe: “Anda, dorminhoco. A tua mãe já te chamou para ires tomar o pequeno-almoço no jardim.”

Sorriu novamente, puxou-me para si e deixando os meus lábios a poucos milímetros dos seus disse-me que eu cheirava bem. Inspirou-me a cara, o cabelo, o pescoço. Deu-me um abraço a que correspondi e soltou-me depois, dizendo que desceria dentro de poucos minutos. Fiquei com vontade de o amar ali. Forte, afastei-me, soltando-me da mão dele que ficaria esticada, no ar. Nunca cheguei a conhecer o sabor dos seus lábios.

19 de janeiro de 2009

G-l-o-v-e-s

Se não pretendes dar continuidade imediata ao meu tesão não puxes por mim. Não me seduzas devagarinho, não me cheires a mão para rescender os vestígios das luvas de pele que acabei de descalçar. Não me pegues na mão assim, delicadamente. Não o faças. Isso excita-me. Apenas não o faças.

Temos zero em comum. Apenas os minutos em que não há olhos abertos à nossa volta (excepto um barman que testemunhou a troca de uns beijos esfomeados). O catalisador é sempre a noite. A saída. A bebida. O proibido.

E os nossos olhos fazem sempre o mesmo: fecham-se e fingem. E ali não é preciso mais nada.

(Deixa-te ir, bolas!!!)

Quando te toco não penses sobre isso, deixa-te ir. Ou então não, mas sê coerente. (Já sei: és coerente com a tua vontade…)

Não me dês a boca quando vou despedir-me de ti e procuro a face. Se a procuro é para marcar uma posição. Algo como “não penses que é quando tu queres”. Mesmo que de facto seja, pretendo fingir [para ti e para mim] que estamos em pé de igualdade. Só para fabular sanidade.

Ah, e não me fales do perfume partido de outra pessoa. (Já agora).

12 de janeiro de 2009

...who?!?!

E se lhe ligasses?

Eu? Nem pensar. Ele que diga alguma coisa!

E se ele estiver a pensar a mesma coisa?

Não, não está. Está a aplicar uma teoria qualquer.

Ou uma terapia, um tratamento de choque. Eitherway, caguei.


Ah sim, nota-se!! Estás mortinha por lhe falar...



Eu?!?!

Não, o Papa!

19 de dezembro de 2008

Beautiful, depraved: Timing is everything

Knowing when to leap. Knowing when to leave.



There's always a moment, in the beginning of getting to know someone, when I'm faced with diving in. I can feel myself perched, hesitating, knowing that I either have to take the risk and jump, or I stay back. It's not a moment that offers itself again, so it's foolish to think my decision in that moment doesn't matter. It matters a lot. In that moment, everything can change.



I seem to stay in relationships longer than when I know it's time to go. Not because I'm in love with the person anymore - I usually know I'm not. I am in love with the idea of joining my life with someone and creating something together. It's sad to think of letting go of all the effort that brought us that far and starting again. So I end up working toward an ideal, an illusion really.



I've seen it a few times now. There's always a huge cost on both ends for not taking advantage of the portal that presents itself and using its momentum to fly off into another world.



It's all about trust. Trusting that I can leap when it feels right and my intuition tells me to. That something, somewhere, will catch me.

9 de dezembro de 2008

...

Um dia gostava de não gostar nadinha de ti. Um dia gostava que esse dia fosse já amanhã. Ou hoje. Mas amanhã era melhor, para hoje ainda poder gostar.

Um dia gostava de saber porque teimo em ser teimosa. Um dia gostava de ser diferente. Um dia. E saber o que seria se não fosse eu, mas outro alguém no meu corpo com o teu. Só para saber se esse alguém faria o que eu faço, como te receberia, se se aninharia como eu, vulnerável a ti.

[Mas isto não é sobre ti - é uma coisa minha].

Um dia gostava que não querer saber tanto, de não pensar tanto, de não empreender tanto. Um dia gostava de não me empenhar, de não me iludir. Mas eu adoro a ilusão… Gosto do sentimento que produz[o].

Gosto de saborear sentimentos. De os alimentar, de lutar contra uns, de permitir que floresçam outros. Gosto de falar com os meus sentimentos, de os escutar e de lhes ralhar se preciso for. Nem estou a falar de correspondência. Gosto de saber amar, ou de aprender a amar. E gosto de brincar comigo e com aquilo que sei sentir. Gosto do frenesim que é gostar. Gosto de poder chamar ao sentimento o nome que me aprouver; quer lhe chame paixão ou desejo ou amor representa algo só meu e tão indescritível que nunca será igual ao amor, desejo ou paixão que sentirás por alguém.

Por isso é que não procuro [e não encontro] definições. Procuro gestos. Dizem-me mais, falam comigo, chamam por mim. Procuro os olhos e o sorriso. Procuro o ténue tremor dos lábios, procuro o olhar desviado à procura duma memória, duma novidade, duma mentira. Procuro as mãos de dedos irrequietos, o olhar esquivo. Procuro a provocação, o limite, o êxtase. Procuro os dedos entrelaçados e a respiração tranquila. Procuro fugir da tempestade da rua e ouvir-te a rir, tímida ou aparatosamente. E procuro o arrebatamento, a perda de energia.

Procuro sofrer desmesuradamente se isso me fizer feliz. :)

10 de outubro de 2008

Perguntaste-me se estava bem disposta. "Sim", respondi instintivamente. Só me convenci da resposta quando me deste a mão e toda eu fui desejo. Soube, ali, que era tua. Só pensava na tua boca.

Apaguei a tv.

Comecei a desapertar-te a camisa e a sentir-me quente. Parei, inspirei e deixei-me encaminhar pelos sentidos. “Cheiras a céu”, pensei.
Fiz a tua pele deslizar sob os meus dedos sôfregos. Tremi e contraí-me.

Deixei o meu corpo aproximar-se do teu aos poucos, hipnotizado pelos beijos quentes e carinhosos. Fazia sentido. Tudo fazia sentido. Naquele silêncio a tua respiração começou a marcar o ritmo do meu corpo. Com as minhas mãos entrelaçadas nas tuas senti-me flutuar. (Gosto de ficar assim, amarrada a ti pelos dedos).

Sem mapa descobriste cada centímetro de pele, levando demasiado tempo, o suficiente para me deixares descontrolada. A cada beijo a minha boca perdia as referências e seguia-te cegamente, deixando que a mordesses e lambesses sem decoro.

Quando as respirações encontraram a cadência uma da outra deixei o teu corpo tomar conta do meu.

De olhos fechados fingi que eras só meu. Senti as tuas mãos de fogo a percorrerem-me o corpo provocando ondas de arrepios. Quando te abracei senti a cabeça cair instintivamente para trás e os olhos a não aguentarem ficar abertos – eu estava a amar-te. Permanecemos assim até estarmos exaustos e imóveis.

Encostada ao teu ombro, ensonada e feliz, vi o teu olhar pousado num ponto, absorto. Continuei a olhar-te crente que ia conseguir adivinhar o que pensavas. Acabei por adormecer.

5 de outubro de 2008

favores em cadeia

Devia haver um banco de voluntariado de sexo. Tipo... "caridade", mas sem o ser.



A ideia é simples: adaptando o conceito do filme Pay it Forward (em português, Favores em Cadeia), cada pessoa praticaria "o Bem" (ou o "bem-bom"!) a três pessoas à escolha. Por sua vez essas três pessoas levariam "o bem" a outras três, e assim faziam crescer exponencialmente a satisfação sexual no país e podia até acontecer que as invejosas e os atadinhos tivessem sorte, saíssem na rifa de alguém, e deixassem de ser como são!





Cada vez mais acho que podia ser uma benfeitora destas, uma quecadora altruísta, pelo bem da nação, do mundo!



E já pensei na minha parte: já escolhi os três amigos (ou eles é que me escolheram a mim?) nitidamente a querer umas boas noites (tardes, manhãs) de sexo puro e duro:


Um tem namorada assumida, fixa, está com a corda ao pescoço e aquilo já deve ter perdido a piada há muito tempo! Tivemos os nossos encontros fortuitos e da última vez que saímos juntos, em grupo, acabou por me dizer que ainda tem "unfinished business" comigo. Disse-me que quando eu quiser tomar um café (leia-se "café com... natas"), é só ligar-lhe e marcamos uma escapadela!!!


Outro, vai tendo algumas miúdas, é bom todos os dias, conheço-o há pouco tempo, e no entanto, apesar de saber que sou "comprometida", anda sempre a rondar, a ver se lhe atiro uma escada!


Outro ainda está engajado com uma quasi-tripeira (que anda há meses a dar a "última oportunidade" ao actual namorado). Acontece que, para além desta miúda em banho-maria, este homem tem uma lista internacional de quecadoras de serviço... é assustador! E, no entanto, excitante!



O mau - péssimo - nisto tudo é que os meus pais fizeram um trabalho do caneco e tenho uma consciência que pesa toneladas mesmo com ZERO actos!; é que pesa p'ra caraças e são só pensamentos...
Tenho inibições psíquicas que não correspondem à libertinagem física que gostaria de atingir.



Tenho que trabalhar mais neste assunto!!!


menage a quatre

Não sei em que medida prefiro ser solteira ou amantizada.
É-me extremamente penoso ser fiel, mas ser "sozinha", provavelmente, custa-me mais.
Principalmente agora, passados anos, em que a minha relação actual é tida como perenemente garantida para toda a gente à minha volta... menos para mim.
Agora apetecia-me era acabar com os constrangimentos e deixar o meu corpo fluir pela energia que recebo de alguns tipos. Explorá-los. Saber o que me excita, o que me atrai em cada um deles.
Um é o pai/marido que sempre quis. Moldável, solícito, insaciável, inteligente. Bons genes, portanto.
Outro é exótico, esbelto, inteligente. Mais genes cheios de categoria.
Mas nenhum como este: é frágil, mas durão. Dá vontade de abraçar e cuidar. Dizer-lhe "no pasa nada", que tudo vai correr bem, que não precisa de se defender do mundo. Este tem genes de excelência.
O melhor de tudo é que não quero os genes deles pra nada.
Só quero sentir-me saciada. E quero saber discernir a fantasia da realidade, as realidades efémeras das perenes. Ainda que não saiba se alguma delas me preenche.
Que confusão.
Acho que vou começar a descobrir isso hoje...
Será?

30 de setembro de 2008

flirtar

A arte de flirtar é algo que nunca dominarei.

E não digo isto com o mínimo de angústia: prefiro deixar-me levar, construir a dois, do que dominar e pôr em prática um “modelo”.

Creio que o processo que leva à aproximação de duas pessoas é… estimulante.

Conhecem-se, aproximam-se, fazem concessões; discutem, trocam informação, baixam as guardas. (Estou a ser o mais clara possível para saberes que estou a falar de ti).

Ambos sabemos que andamos a apalpar terreno e sabemos que isto… é o que é e nada mais.

Com prazos pela frente e dois feitios complicados, muitíssimas agravantes fazem com que eu me reprima nalgumas coisas.

Voltemos ao flirt.

Gosto do jogo do gato e do rato, das palavras com dois sentidos, da maneira como tudo é dito até um limite e as interpretações ficam na consciência de cada um. Gosto disto contigo. Não é algo que costume fazer. Creio que costumo ser mais “directa”, menos encantada.

Por agora ando extasiada, maravilhada, atraída, cativada, encantada contigo. Principalmente por não me caíres nos braços com facilidade. A tua luta aguça a minha vontade. O teu afastamento e aproximação q.b. potenciam o meu desejo.

Tenho fantasiado inúmeras cenas, umas corriqueiras, outras mais tórridas, em que és personagem principal. Tenho pensado muito em ti, em quem és, no sabor que terás. Quero ficar a escutar-te horas a fio, quero ver-te sentado, a fumar, no largo parapeito da minha janela antiga, com cornucópias de fumo a saírem-te pela boca. Quero fotografar-te a dormir, quero beijar-te para que acordes, quero fazer amor contigo de manhãzinha e ouvir-te gemer discretamente como, aliás, parece ser teu apanágio em tudo.

Quero conhecer-te e saber o que pensas sem que o digas. Quero perceber as tuas manias e os teus caprichos. Quero jantar contigo, beber contigo, namorar contigo, passear contigo. Quero dar-te a mão na rua e beijar-te sem motivo, como os garotos.

Quero que partas com esta recordação minha. Que me guardes num cantinho novo, livre de jornalistas.

28 de setembro de 2008

pedaços de ti

Lembro-me daquele dia, em que ainda ninguém sabia que "namorávamos" – nem nós!

Fomos para tua casa; reconheço que estava cheia de vontade de te ter, de te conhecer. Nem acredito que já passaram anos...

Gostei do modo como me puseste à-vontade; como te puseste à-vontade. Adorei ver-te de jeans com umas pequenas dobras no fundo, em tronco nu, de pés descalços. O teu peito esguio e aveludado estava a deixar-me excitada. Nunca tínhamos estado assim, à beira de nos amarmos. Lembro-me desse sentimento, da inquietude, das borboletas na barriga.

Creio que para criar ambiente, ou simplesmente por estares nervoso, fomos ver os teus álbuns de fotos. Dos clássicos nus, às divertidas festas de aniversário ou férias em família, era o teu sorriso, a tua felicidade que sobressaía.

Sentada ao teu lado, via como recordavas os momentos em que tinhas os teus pais juntos e venturosos. Sorrias com as memórias, e eu sorria contigo. Encostada ao teu peito cheirava-to e beijava-to de vez em quando. Enrolava os dedos nos teus cabelos grossos e encaracolados, sempre despenteados, e respeitando o teu momento de partilha anímica, reprimi o desejo que me arremetia para cima de ti, querendo arrancar-te as calças.

Senti-me embrenhada na tua vida e na tua família e soube, num vislumbre, que nunca mais te deixaria ir de dentro de mim. Guardei o teu cheiro para sempre, guardei a tua saliva, guardei as tuas mãos, guardei a pele das nossas barrigas a colar, guardei os teus gestos, a maneira de ajeitares os óculos quando estavas nervoso.

Da massagem, do banho e da madrugada seguintes armazeno as melhores memórias. Ficaste a ver-me da janela da sala enquanto eu partia e soubemos os dois que tinha sido a primeira e a última vez.

Não estava planeado apaixonar-me por um amante.