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19 de dezembro de 2008

olhó nougat! hoje são três de borla...

Ena pá!


Não há fome que não dê em fartura! Tenho alguma coisa escrita na testa? [Provavelmente tenho, mas nos meus espelhos não aparece].


Desamparem-me a loja, por favor!


Isto deve ser da época natalícia.


“Toma lá estes presentes”, deve ter dito o menino Jesus – sim, porque para mim não há cá barbudos barrigudos! É o menino que desce da manjedoura onde passa, estirado, 364 dias/ano, mostrando-se ao mundo e subornando os fiéis com modestos presentinhos. E nós, tontos, portamo-nos bem durante todo o ano por causa de bombons, coisas pró enxoval e ricos envelopes?!


E que belos presentes antecipados este ano, oh Jesus!? Deves andar com as prioridades trocadas. Ou tens uma secretária muito pouco eficiente, porque o post-it com esse pedido já criou mofo!!! Se eu fosse esperar, o melhor era fazer-te companhia nas palhinhas!


Agora não estou a precisar de homens. Agora podia ser outra coisa qualquer… mais material. Sei lá o quê. [Mas algo que dê para pôr debaixo da árvore e abrir na noite de consoada em que os adultos vão à missa do cocorócocó e os jovens (onde me incluo) ficam a ver o “Home Alone” pela octogésima quinta vez].


Agora… não me dês tipos a magote! Ao quarto de dúzia é “mai barato”?


Um amigo dum amigo já apelou ao toque. O excesso de toque por desconhecidos inquieta-me. Se houver anuência epidérmica desencadeio eu o processo, não a outra pessoa!! Afinal quem é que manda?


Outro, agora diz que está apaixonado. Ah e tal, os sentimentos. O quê? Mas conheces-me de algum lado? Sentimentos desses? Vá, chega-te para lá! Não sou a mãe dos teus filhos, lamento. Nem sei se vou ser dos meus! E não estou disponível para compromissos. É exactamente deles que pretendo proteger-me. Pretendo ficar imune durante uns tempos, para desintoxicar. Já tomei a vacina e tudo. Como não estava disponível no Plano Nacional de Vacinação saiu-me do bolso [leia-se “lombo” ou “pêlo”]. Ainda estou a pagar por ela… às prestações.*


O outro é um conhecido de há praí cinco anos, de quando eu ainda era pita. Sazonalmente vai apontando na minha direcção a ver se me acerta com uma chumbada. Invariavelmente não. Mas como está aberta a época de caça, aquela estrela de cinema treina a sua pontaria.



“Pró Natal, o meu presente, eu quero que seja…


…a minha agenda, a minha agenda tururururu!”







*As minhas metáforas nem sempre são as melhores, mas fazem-me tanto sentido na cabeça que não as usar retirava metade da riqueza do meu pensamento. “Riqueza” ou “alienação”. Uma das duas.

4 de novembro de 2008

rimmel

Trago o rimmel esborratado de todas as horas que passáramos a dançar e a rir.
Quando saímos juntas fazemos sempre asneira: abusamos no álcool, deixamos uns tipos aproximarem-se de nós e subornarem-nos com bebidas e usamos os nossos “alias”.

Ainda fazemos isto tal como quando tínhamos 18 anos e começámos a sair sem os tios chatos, sem as horas marcadas. Não achas que já tens idade para ter juízo?

Agora, passados tantos anos, estás noiva?

Eu devia ter desconfiado quando recebi este convite para sair. “Nós as duas, como nos bons velhos tempos!”, dizia a SMS!

Quando anunciaste que querias casar fiquei assustada: um tipo da night, a quem [em tempos] deras o teu nome falso e um número de telefone inventado? O gajo só podia ser estúpido em querer casar com a miss independence!

Foste-o, pelo menos, até ao dia em que te deixaste apanhar pelas malhas da paixão. Não tínhamos combinado que não nos íamos deixar arrebatar no matter what?? Quantas vezes nos prometemos eternamente solteiras até aos 35? Não era necessário despachares o assunto assim…

Ao contrário do que possa parecer estou muito feliz por ti, cabra. Não acredito propriamente na instituição “casamento”, mas acredito no desejo de ambos partilharem o vosso love com as famílias e os amigos.

E lá está, será eterno enquanto durar. É assim que faz sentido e é só assim que concebo as uniões.

Ainda temos, tu e eu, um fim-de-semana de reflexão juntas. Já daqui a uns dias vamos fazer uma escapadela à moda antiga. Foste tu que pediste e marcaste o weekend. Queres despedir-te de mim properly, certo? “De mim” como sinónimo da vida de solteira, da vida de mulher descomprometida e tonta. Despedir-te dos não-compromissos. Bem, talvez eu esteja a levar isto demasiado a sério por causa da minha gamofobia [J medo do casamento].

Estou feliz por ti, por vocês.

Talvez esteja triste por mim, por não viver iludida e feliz, com a ideia de ver a vida sentimental resolvida [e, portanto, fechada e-não-se-pensa-mais-nisso] e assim poder dedicar-me a outra coisa qualquer.

Merda, acho que vou chorar…

Agora o rimmel está a desvanecer-se totalmente e escorrem-me lágrimas pretas. Não me apetece de chorar, nem que seja assim, por bons motivos.

Este rimmel é tão resistente à água como tu às paixões.

(“Water resistant” my ass)!