10 de fevereiro de 2009

BASTA PUM BASTA! Hoje sou eu que malho em tudo e todos!!!

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Basta PUM Basta!!!



Uma geração que consente deixar-se representar por um Tio Zé é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!



Abaixo a geração!



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!



Uma geração com um Tio Zé a cavalo é um burro impotente!



Uma geração com um Tio Zé ao leme é uma canoa em seco!



O Tio Zé é um cigano!



O Tio Zé é meio cigano! (Ai, Lelo…)



O Tio Zé saberá, (do inglês) a gramática, saberá sintaxe, saberá engenharia, saberá fazer ceias para cardeais e tricotar luvas para quem tiver frio, saberá tudo menos governar que é a única coisa que ele faz!



O Tio Zé pesca tanto de poesia que até faz sonetos com ligas de duquesas… (ou de duques?!)



O Tio Zé é um habilidoso!



O Tio Zé veste-se mal!



O Tio Zé usa ceroulas de malha! (durante o jogging matinal…)



O Tio Zé especula e inocula os concubinos! (eheheh)



O Tio Zé é Tio Zé!



O Tio Zé é José!



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!



O Tio Zé fez uma soror “f.” que tanto o podia ser como a Solange F. de Castro, ou a Leonor Teles, ou o Mestre d'Avis, ou a Dona Constança, ou a Nau Catrineta, ou a Maria Rapaz!



E o Tio Zé teve claque! E o Tio Zé teve palmas! E o Tio Zé agradeceu! (porreiro, pah!)



O Tio Zé é um ciganão!



Não é preciso ir pró Rossio (ou para São Bento) para se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!



Não é preciso disfarçar-se para se ser salteador, basta governar como o Tio Zé!


Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões! Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado, e usar coco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Tio Zé!



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!



O Tio Zé nasceu para provar que nem todos os que governam sabem governar!



O Tio Zé é um autómato que deita para fora o que a gente já sabe o que vai sair...



Mas é preciso deitar dinheiro!



O Tio Zé é um soneto dele próprio!



O Tio Zé em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum.



O Tio Zé nu é horroroso! (Aqui discordo. por algum motivo é apelidado de Pinóquio…)



O Tio Zé cheira mal da boca! (está sempre a mascar chichete!)



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!



O Tio Zé é o escárnio da consciência!



Se o Tio Zé é português eu quero ser espanhol!



O Tio Zé é a vergonha da intelectualidade portuguesa!



O Tio Zé é a meta da decadência mental!



E ainda há quem não core quando diz admirar o Tio Zé!



E ainda há quem lhe estenda a mão! (Ai, tio Aníbal…)



E quem lhe lave a roupa!



E quem tenha dó do Tio Zé! (Ai, tio Aníbal…)



E ainda há quem duvide que o Tio Zé não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero! (Vá, aqui discordo. Ele inteligente é! E sabe muito. Muito mais do que conta… ou do que fica registado na sua memória!)



Vocês não sabem quem é a soror “f.” do Tio Zé? Eu vou-lhes contar:


A princípio, por cartazes, entrevistas e outras preparações com as quais nada temos que ver, pensei tratar-se de soror Joana Amaral Dias a pseudo autora daquelas cartas francesas que dois ilustres senhores desta terra não descansaram enquanto não estragaram para português, quando subiu o pano também não fui capaz de distinguir porque era noite muito escura e só depois de meio acto é que descobri que era de madrugada porque o bispo (Crespo) de Beja disse que tinha estado à espera do nascer do Sol!



A “f.” vem descendo uma escada estreitíssima mas não vem só, traz também o Santos Silva que eu não cheguei a ver, ouvindo apenas uma voz muito conhecida aqui na Brasileira do Chiado. Pouco depois o bispo (Crespo) de Beja é que me disse que ele trazia calções vermelhos.



A “f.” e o Santos Silva estão sozinhos em cena, e às escuras, dando a entender perfeitamente que fizeram indecências no quarto (chama-se “malhar”). Depois o Santos Silva, completamente satisfeito, despede-se e salta pela janela com grande mágoa da freira lacrimosa. E ainda hoje os turistas têm ocasião de observar as grades arrombadas da janela do quinto andar do Convento da Conceição de Beja na Rua do Touro, por onde se diz que fugiu o célebre capitão de cavalos em Paris e dentista em Lisboa.



A “f.” que é histérica começa a chorar desatinadamente nos braços da sua confidente e excelente pau de cabeleira soror Solange F.



Vêm descendo pela dita estreitíssima escada, várias “f.”s, todas iguais e de candeias acesas, menos uma que usa óculos e bengala e ainda toda curvada prá frente o que quer dizer que é tia Manela.



E seria até uma excelente personificação das bruxas de Goya se quando falasse não tivesse aquela voz tão fresca e maviosa da Tia Manela da vizinha do lado. E reparando nos dois vultos interroga espaçadamente com cadência, austeridade e imensa falta de corda...



Quem está aí?... E de candeias apagadas?



- Foi o vento, dizem as pobres inocentes varadas de terror... E a tia Manela que só é velha nos óculos, na bengala e em andar curvada prá frente manda tocar a sineta que é um dó d'alma o ouvi-la assim tão debilitada. Vão todas pró coro, mas eis que, de repente, batem no portão sem se anunciar nem limpar-se da poeira, sobe a escada e entra pelo salão um bispo (Crespo) de Beja que quando era novo fez brejeirices com a menina do chocolate.



Agora completamente emendado revela à tia Manela que sabe por cartas que há homens que vão às mulheres do convento e que ainda há pouco vira um de cavalos a saltar pela janela. (O bispo Crespo é um ganda chibo, é o que é!) A tia Manela diz que efectivamente já há tempos que vinha dando pela falta de galinhas e tão inocentinha, coitada, que naqueles oitenta anos ainda não teve tempo para descobrir a razão da humanidade estar dividida em homens e mulheres. (Isto é mesmo coisa da Tia Manela…)



Depois de sérios embaraços do bispo é que ela deu com o atrevimento e mandou chamar as duas freiras de há pouco com as candeias apagadas. Nesta altura esta peça policial toma uma pedaço de interesse porque o bispo ora parece um polícia de investigação disfarçado em bispo, ora um bispo com a falta de delicadeza de um polícia de investigação, e tão perspicaz que descobre em menos de meio minuto o que o público já está farto de saber - que a “f.” dormiu com o que malha. O pior é que a “f.” foi à serra com as indiscrições do bispo e desata a berrar, a berrar como quem se estava marimbando pra tudo aquilo. Esteve mesmo muito perto de se estrear com um par de murros na coroa do bispo no que se mostrou de um atrevimento, de uma insolência e de uma decisão refilona que excedeu todas as expectativas. (É que o bispo Crespo está com um pó à pobre “f.”…)



Ouve-se uma corneta tocar uma marcha de clarins e “f.” sentindo nas patas dos cavalos toda a alma do seu preferido foi qual pardalito engaiolado a correr até às grades da janela gritar desalmadamente pelo seu Santinhos. Grita, assobia e rodopia e pia e rasga-se e magoa-se e cai de costas com um acidente, do que já previamente tinha avisado o público e o pano cai e o espectador também cai da paciência abaixo e desata numa destas pateadas tão enormes e tão monumentais que todos os jornais de Lisboa no dia seguinte foram unânimes naquele êxito teatral do Tio Zé.



A única consolação que os espectadores decentes tiveram foi a certeza de que aquilo não era a soror “f.” Câncio mas sim uma cancioneirada que tinha cheliques e exageros sexuais.



Continue o senhor Tio Zé a governar assim que há-de ganhar muito e há-de ver que ainda apanha uma estátua de prata por um ourives do Porto, e uma exposição das maquetes de engenharia pró seu monumento erecto por subscrição nacional do «Século» a favor dos feridos da guerra, e a Praça de Camões mudada em Praça Dr. Eng.º Tio Zé, e com festas da cidade pelos aniversários, e sabonetes em conta «Tio Zé» e pasta Tio Zé prós dentes, e graxa Tio Zé prás botas e Niveína Tio Zé, e comprimidos Tio Zé, e autoclismos Tio Zé e Tio Zé, Tio Zé, Tio Zé, Tio Zé... E limonadas Tio Zé-Magnésia.




E fique sabendo o Tio Zé que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor de Os Lusíadas é o Tio Zé que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.




E fique sabendo o Tio Zé que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.




Mas julgais que nisto se resume literatura portuguesa? Não Mil vezes não!


(…)
E as pinoquices (como? pinoquices? como… de pinóquio?!?)


(…)
E todos os que são políticos e artistas! E as exposições anuais das Belas-Artes! E todas as maquetas do Marquês de Pombal! E as de Camões em Paris; e os Vaz, os Estrela, os Lacerda, os Lucena, os Rosa, os Costa, os Almeida, os Camacho, os Cunha, os Carneiro, os Barros, os Silva, os Gomes, os velhos, os idiotas, os arranjistas, os impotentes, os celerados, os vendidos, os imbecis, os párias, os ascetas, os Lopes, os Peixotos, os Motta, os Godinho, os Teixeira, os Câmara, os diabo que os leve, os Constantino, os Tertuliano, os Grave, os Mântua, os Bahia, os Mendonça, os Brazão, os Matos, os Alves, os Albuquerques, os Sousas (quais, os Tavares?) e todos os Tio Zé que houver por aí!!!!!!!!! (estes que se ponham a pau e não ousem ser “ricos”, senão vão ter a porta da entrada marcada com um símbolo, para serem facilmente reconhecidos!)



E as convicções urgentes do homem Cristo Pai e as convicções catitas do homem Cristo Filho!... (E livrai-nos de quem? Do Malamen, pois claro…)



E os concertos do Blanch! E as estátuas ao leme, ao Eça e ao despertar e a tudo! E tudo o que seja arte em Portugal! E tudo! Tudo por causa do Tio Zé!



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!



Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de todo o Mundo! (Ganda treta!!! Ainda agora a OCDE veio dizer o contrário!! Pffff… que falta de rigor!). O país mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degradados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! O entulho das desvantagens e dos sobejos! Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!



Desmaie o Tio Zé, desmaie! PIM!

3 comentários:

J. Maldonado disse...

Não me digas que é o teu manifesto anti-Sócrates! :D

de Marte disse...

Maldonado,
Não sei o que te leva a dizer isso... :P

Tive o cuidado de substituir "morra" por "desmaie", porque não quero o mal de ninguém e eu até gosto do Tio Zé. Só que o tempo é de "malhar" e deve ser a pressão de grupo que faz destas coisas.
Hoje malho nele, amanhã noutro qualquer!

afectado disse...

mas quem é que se chama f.??? que parolice :)