4 de novembro de 2008

rimmel

Trago o rimmel esborratado de todas as horas que passáramos a dançar e a rir.
Quando saímos juntas fazemos sempre asneira: abusamos no álcool, deixamos uns tipos aproximarem-se de nós e subornarem-nos com bebidas e usamos os nossos “alias”.

Ainda fazemos isto tal como quando tínhamos 18 anos e começámos a sair sem os tios chatos, sem as horas marcadas. Não achas que já tens idade para ter juízo?

Agora, passados tantos anos, estás noiva?

Eu devia ter desconfiado quando recebi este convite para sair. “Nós as duas, como nos bons velhos tempos!”, dizia a SMS!

Quando anunciaste que querias casar fiquei assustada: um tipo da night, a quem [em tempos] deras o teu nome falso e um número de telefone inventado? O gajo só podia ser estúpido em querer casar com a miss independence!

Foste-o, pelo menos, até ao dia em que te deixaste apanhar pelas malhas da paixão. Não tínhamos combinado que não nos íamos deixar arrebatar no matter what?? Quantas vezes nos prometemos eternamente solteiras até aos 35? Não era necessário despachares o assunto assim…

Ao contrário do que possa parecer estou muito feliz por ti, cabra. Não acredito propriamente na instituição “casamento”, mas acredito no desejo de ambos partilharem o vosso love com as famílias e os amigos.

E lá está, será eterno enquanto durar. É assim que faz sentido e é só assim que concebo as uniões.

Ainda temos, tu e eu, um fim-de-semana de reflexão juntas. Já daqui a uns dias vamos fazer uma escapadela à moda antiga. Foste tu que pediste e marcaste o weekend. Queres despedir-te de mim properly, certo? “De mim” como sinónimo da vida de solteira, da vida de mulher descomprometida e tonta. Despedir-te dos não-compromissos. Bem, talvez eu esteja a levar isto demasiado a sério por causa da minha gamofobia [J medo do casamento].

Estou feliz por ti, por vocês.

Talvez esteja triste por mim, por não viver iludida e feliz, com a ideia de ver a vida sentimental resolvida [e, portanto, fechada e-não-se-pensa-mais-nisso] e assim poder dedicar-me a outra coisa qualquer.

Merda, acho que vou chorar…

Agora o rimmel está a desvanecer-se totalmente e escorrem-me lágrimas pretas. Não me apetece de chorar, nem que seja assim, por bons motivos.

Este rimmel é tão resistente à água como tu às paixões.

(“Water resistant” my ass)!

4 comentários:

Anónimo disse...

E tudo começou com um nome falso... realmente a vida dá umas voltas do caralhinho...
Enfim.. compreendo esse teu estado de espirito... e tal como tu não acredito muito no casamentos... não seo... mas tem ali um não-sei-o-quê que não me agrada muito...

Beijinhos

J. Maldonado disse...

É a dialéctica da vida: cada um segue o seu caminho e nada será como dantes...
As opções não destroem as verdadeiras amizades, por isso acredito que a vossa proximidade não desaparecerá com o casamento da tua amiga...


PS: Já reparei que usas muitas expressões inglesas...

de Marte disse...

sexy hot,
a mim o casamento tb me cheira a esturro! há qualquer coisa q não bate certo!! :)

Maldonado,
É claro q nada põe em causa a nossa amizade, só não queria que ela tivesse sucumbido à suposta monogamia.
Acho que acabei de descobrir mais uma coisa q me apoquenta no q respeita ao casamento: ir mentir em frente a muitas dezenas de pessoas. Dizer amar e respeitar e não-sei-que, todos os dias da minha vida, quando eu tenho a certeza que isso não é cumprível. Que se lixem os compromissos irreais. O problema q tenho nem é com o "amar", é com o "respeitar".
Bem, não me vou alongar mais! Tou a ficar chata e obcecada com o assunto! Let it be...

Anónimo disse...

Olá,tambem gostei de seu blog.
visite-me novamente em
http://makeup-meninas.blogspot.com/