Já não nos cruzávamos há dois ou
três solstícios.
Vieste e pensaste que tudo permanecia inalterado, que a ordem mundial não tinha sido afectada e que os teus peões jaziam, gravitantes, em torno de ti. Ficaste sem chão quando
viste que eu estava no céu. É tão bom estar aqui onde estou. Recusas-te a perceber
[por birra, certamente] que agora percorremos caminhos diferentes, que não quis
ir para o outro lado do mundo contigo porque não pertenço a ti. Reconheci-te a
expressão de outros tempos, de outras vidas. Continuas a não saber-me ler e
tens de ouvir tudo para compreender [ou acreditar].
Se bem que não o diga amiúde,
confesso-te [e a mim] que estou apaixonada.
Sem mais.
"Quem é ele?", perguntas. Não é só um “ele”,
é uma “ela”. Estou apaixonada por mim. Gosto de mim flutuante. Gosto de mim com
este sorriso. Gosto de voltar a dançar e de hoje ser eu a irradiar o sol, o sol nu que me vem enchendo a casa e a alma. O sol que andava de candeias às
avessas com as nuvens e que hoje resolveu aparecer-me e esbofetear-me com
calor.
E é jazzy que me sinto, e é funky que me vejo, e é bluesy e rocky que te
encontro e te digo que o tratado de tordesilhas é a valer: tu do teu lado do mundo,
eu do meu.
Estás a ver esta linha? É o teu
limite.
4 comentários:
Estás a falar do teu antigo eu, certo? OK, até pode nem ser. Mas podia ser. :)
Miúda, tu escreves MESMO.
Vani,
Não é de um ex-eu q falo. É de um fantasma do passado.
Vani, eu escrevo MESMO!!!!! :) MAS MESMO!!!
***
(thx, girl)
"Flutuo
Consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balanço é o que a maré me dá
E eu não contesto
O meu destino está fora de mim
Eu aceito
Sou eu despida de medos e culpas
Confesso"
;)
És a maior, pá!!! :D
Mulheka,
assim vais fazer-me esverdear...
:)
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