31 de janeiro de 2010

Lou-Lou? Oui, c'est moi...


Deixa-me ver se percebi:
A Constituição da República, no seu Artigo 13º (o da Igualdade), proíbe a discriminação baseada, entre outros, no género, certo? Certo.
Uma altura houve em que até foi criado um pelouro, (novamente, o da Igualdade), para combater essas injustiças, lembram-se? Lembram-se com certeza.
Bolas, então e o Chico Balsemão não sabia disso quando pensou na Sic Mulher?? Ninguém viu aqui uma tremenda inconstitucionalidade? Ou o Chico tem estatuto especial no Mundo por ser um menino-bonito do grupinho Bilderberg?
Há alguma paridade nesta coisa da Sic Mulher? Onde é que está a Sic Homem?? Onde é que está um canal que mostre os interesses masculinos?, por exemplo carros e tipas nuas - ou semi?? Ou melhor ainda: carros à barda conduzidos por tipas nuas - ou semi-, em circuitos dentro de estádios olímpicos, enquanto no meio se joga uma bela partida de um qualquer desporto colectivo, (disputado por… mulheres nuas - ou semi)? E, já agora que estamos numa de pedir desejos, o programa TV Turbo despedia a caixinha-de-óculos e punha a Sasha Grey como apresentadora...
Só há mentes brilhantes para ir falar às Tardes da Júlia ou às Manhãs da Fátima, é? Só há cidadania activa a partir das 02h30 da matina, para ligar para o Quem Quer Ganha? Lembrarem-se de ler a Constituição é que não, né? Deve ter herpes, o livro.

Outro exemplo é o dos ginásios, ambiente inicialmente másculo, tresandante a testosterona: quem é que deixou criar ginásios só para mulheres? Quem é que, do alto da sua capacidade inventiva, decidiu desbravar o inatacável caminho na não-paridade-desde-que-seja-a-favor-das-mulheres?
Não é que os homens tivessem grande interesse em ir para esses ginásios dos circuitos de 30 minutos, ver as celulites dar luta às madames, mas isto não é uma questão individual, é um assunto moral. Lixa-me pensar que um gajo não possa ir a um ginásio destes. Quem é que quer ir para um ginásio onde não há gajos? Quem é que põe a hipótese de ir para um ginásio sem ser para exibir as formas, lançar guinchos lânguidos de exaustão fingida, morder o lábio every now and then (quando o PT, coincidentemente, está a olhar), empinar o rabo, corrigir a postura elevando o peito até parecer que se subiu mais um degrau no alfabeto-da-medida-dos-soutiens? Quem é que sequer pondera frequentar um sítio onde não se pode engatar alguém?; onde, fruto do horário serôdio, uma tipa não pode enganar-se na porta e entrar, distraidamente, noutro balneário? (Eu sei quem é que já lá foi parar… J)
Pronto, entusiasmei-me: retomemos o fio à meada.
O que eu queria era ver alguém ousar abrir um ginásio que dissesse, na porta, “MENINA NÃO ENTRA”. Era a prostituta da insanidade: vinham os media para cobrir o acontecimento, apareciam os grupos de feministas a querer queimar as camisas xadrez de flanela em frente à Assembleia da República. E isto sim, era uma hecatombe, se tivermos em consideração que estas não usam soutien nem fazem depilação. (Compreende-se assim que a flanela seja um mal menor…). Enfim, tudo era possível se se pensasse num ginásio “machos-only”. Ah pois, mas como são ginásios para mulheres já se pode brincar às inconstitucionalidades, não é?

Afinal queremos igualdade, desigualdade ou something in between? J

23 de janeiro de 2010

FRONTIÈRE(S)


Já não nos cruzávamos há dois ou três solstícios.
Vieste e pensaste que tudo permanecia inalterado, que a ordem mundial não tinha sido afectada e que os teus peões jaziam, gravitantes, em torno de ti. Ficaste sem chão quando viste que eu estava no céu. É tão bom estar aqui onde estou. Recusas-te a perceber [por birra, certamente] que agora percorremos caminhos diferentes, que não quis ir para o outro lado do mundo contigo porque não pertenço a ti. Reconheci-te a expressão de outros tempos, de outras vidas. Continuas a não saber-me ler e tens de ouvir tudo para compreender [ou acreditar].
Se bem que não o diga amiúde, confesso-te [e a mim] que estou apaixonada.
Sem mais.
"Quem é ele?", perguntas. Não é só um “ele”, é uma “ela”. Estou apaixonada por mim. Gosto de mim flutuante. Gosto de mim com este sorriso. Gosto de voltar a dançar e de hoje ser eu a irradiar o sol, o sol nu que me vem enchendo a casa e a alma. O sol que andava de candeias às avessas com as nuvens e que hoje resolveu aparecer-me e esbofetear-me com calor.
E é jazzy que me sinto, e é funky que me vejo, e é bluesy e rocky que te encontro e te digo que o tratado de tordesilhas é a valer: tu do teu lado do mundo, eu do meu.

Estás a ver esta linha? É o teu limite.

20 de janeiro de 2010

o dinossauro alado


Fui ver o filme do momento.
Primeiro, há que falar do Cameron: ok, o tipo é uma grande carola, colabora com a NASA e tudo, mas em termos de argumento não se esforça! Dizem que começou a pensar no filme em 1995: pah, oh Cameron, não é desculpa. Começasses antes! Não te esforçaste com o Titanic, já que foste usar uma história real, para não teres de inventar grande coisa, e agora fazes o mesmo com o AVATAR - pegas num monte de clichés das novelas da TVI, adicionas água e já está! (Por acaso confesso não ter visto o cliché "irmãs-gémeas-lésbicas-e-cegas-separadas-à-nascença-reencontram-se-mais-tarde-num-puticlub-em-Huelva", mas isso é estratégia de marketing, para o filme poder ser visto a partir dos 6 anos. Toda a gente sabe que a cegueira é um tema que choca as criancinhas e nunca passaria no controlo do parental advisory...)
Ora, o Avatar não é mais do que uma história de colonização como tantas outras. Tem  a tribo, o chefe, a vidente (para todos vocês que usam o Facebook, é a bidente, mas em azul cobalto). E depois tem a história de amor (quase) impossível, que vai concretizar-se numa rica e saudável comunhão - de facto os protagonistas comem-se debaixo duma árvore. E eu pensava que eles iam amar-se juntando as pontas mini-USB das tranças, mas nãaaaao... foi como no discovery channel.
Bem, retomando os clichés, vemos a chegada do colonizador a tentar eliminar os autóctones por causa das riquezas naturais (been there, done that – yaaaawn) e até vemos a Mãe-Natureza a dar um empurrãozinho para que as coisas corram bem - parece que as mães têm tendência para andar sempre de olho em nós, não vá o santanás tecê-las…
Mas voltando à vaca fria, o que me aborrece são as mensagens subliminares, de que é exemplo o típico golpe do baú! Então vem um gajo (o “Rodinhas” para os amigos) e quer dar o golpe logo à filha do chefão? É que o tipo não faz por menos: podia escolher uma que cantava bem: não quis. Havia outra que era também muito dotada noutra coisa qualquer: também não estava interessado… (Bruxo!!) Foi logo embicar com a filha do boss.
Ainda por cima, surge aqui o maior de todos os clichés: não importa o teu carácter; não importa se só estás a fazer as coisas por dinheiro, não importa se enganas um povo todo, se enganas uma pobre rapariga só por causa dumas pernas (as tuas recauchutadas e as dela, que eram bem boas), não importa se mentes, enganas, premeditas, manipulas
Desde que tenhas um bicho que vá dos 0 aos 100 em menos de 5 segundos, já és o "máiór".

(Cambada de vendidos…)

J




[Disclaimer:
Por acaso aqui a autora gostou muito do filme, achou o argumento interessantíssimo, achou-o graficamente irrepreensível e extasiou com o 3D, com os efeitos e luminescências de todo o filme que faziam lembrar a fibra óptica quando cortada na diagonal, com luz colorida a ser projectada desde a outra ponta. Só achei que fazia falta um momento em que se chorasse. É que vi o "Marley & Eu" há muito pouco tempo e esse filme estabeleceu um novo benchmark de lamechice, lágrima espremida e até soluços,… e agora parece que sinto falta…] 




13 de janeiro de 2010

nova ordem mundial



Chocou-me, a sério que sim, saber que o Adolfo Luxúria Canibal tem um restaurante de sushi...

4 de janeiro de 2010

Vegetarianos, vegan e outros aliens

Retomo as emissões com um tema que me é muito caro: a comida.
Eu sou viciada em comida. É verdade... não passo um dia sem comer. [Bem, não é rigorosamente assim. Sou capaz de passar 48h de jejum, talvez 72h se for na Quaresma,... mas não mais.]
Adiante.
No outro dia [que foi no ano de 2008] estava a ter uma conversa interessante num restaurante vegetariano [o Paladar Zen – maravilhoso, diga-se em abono da verdade] sobre quão saudável é a comida vegetariana, etc etc.
Pois espantada fiquei quando reparei que neste sítio, como noutros, os nomes das comidas-de-passarinho eram quase na sua totalidade adaptações de nomes de pratos das pessoas normais*.
Dei por mim a comer uma bolonhesa… sem carne. Ora, raciocinem comigo: ser vegetariano e dar nome anti-vegetariano aos pratos é um bocadinho como ser devota de Deus e viver obcecada com o Demo, só falar do Demo, temer o Demo,… [ok, acabo de matar a charada da igreja católica!. Too bad, bros.!]
Mas os vegetarianos fazem-no, ai pois fazem: chamam “bife” ao aglomerado de soja; chamam “bolonhesa” a um molho que não leva carne alguma; chamam hambúrguer a farelos comprimidos. Chamam feijoada vegetariana a algo que não tem o mínimo vestígio de animais para dar o sabor a… feijoada, valha-nos Deus [disse “Deus” mas podia ser outro amigo imaginário qualquer, era só uma força de expressão].
É só abrir um cardápio desses, feitos em folha de maconha – sim, porque ah e tal, a malta aproveita tudo o que a natureza dá [certo, e os escaravelhos “reutilizam” bolinhas de cocó e nem por isso os admiro…] e ver que estão cheio de coisas que soam ora a carne, ora a peixe mas que nunca são nenhuma delas!
Exemplos?? Ainda bem que perguntam…
Croquetes: Croquetes são micro rolinhos de carne, fritos e saborosos. Não inventem “croquetes de…”!! Croquetes são pra ser de carninha, chicha!! Ponto.
Cenas à Brás: O senhor Brás, se ainda fosse vivo morria de choque. Então não é que o seu bacalhau [salvo seja] anda nas bocas do mundo [salvo seja outra vez, coitado] e ainda por cima deturpado? Substituir o bacalhau por seitãs e coiso e cenas parece pecado. [Fica claro que não é por acaso que a única diferença entre “seitã” e “seita” é um til…]

Empadão: Alguém acha graça chamar empadão a alguma coisa, que não uma camada de carne ou peixe no meio de duas camadas de arroz ou puré?!
Até salsichas vegetarianas há… Salsichas?! Que alguns carinhosamente apelidam de SAL-CHICHA, em homenagem aos ingredientes principais, "sal" e "chicha", pois claro... E os alemães não fazem nada quanto a isto? Não criam uns chuveiros fixes, nem cortam o cabelo grátis a esta gente [pente um, para não se pegarem à estalada, as invejosas.]? Andam a dormir, andam? Depois queixem-se!
Empada: mas afinal a empada é de quê? Bolas! A empada é de quê??? De couve lombarda, não? Eu acredito que até seja bom, mas EMPADA é de galinha!! Não estraguem o imaginário das pessoas! Inventem nomes para vocês, legumineiros! Chamem-lhe “couve lombarda no meio de massa tenra”. Ninguém sai enganado!

Hamburguer: de lentilhas? De cenoura? Não deturpem o conceito do senhor Macdonald, por favor, que levou anos a construir um império!!
Outra que me chocou: “Almôndegas de aveia e cenoura”. Eu não percebo grande coisa de cavalos, mas isto parece-me o almoço deles. Aveia e cenoura? Estamos a tentar ser cavalgaduras, adoptanto a alimentação dos bichos? Ai Darwin, onde andas tu quando és necessário?
Caviar de beringelas. Raciocínio: caviar são ovas. Beringela é legume. Como é que fazemos? Vestimos uma lingerie sexy à beringela-ela, deixamos que a beringela-ele se entusiasme e deixamo-los conviver como coelhos?? E depois abrimos-lhe o bucho e sacamos-lhes as ovas? A sério, senhoras e senhores vegetarianos, ensinem-me, porque para mim este vosso mundo é um arcano do catano.
Patê: o senso comum diz que patê é de sardinha, de atum ou de entranhas figadeiras de patos bêbedos. Como é que vocês fazem, vegans?? Embebedam o milho?? Obrigam o tofu a “ser cá da malta” e beber aqueles shots até ao fim?
E no dia de acção de graças recheiam o quê?? Uma chalota??
Mas a melhor para mim é esta: LEITE DE SOJA!! Mas que invenção é esta, querem ver que a soja tem tetas e ninguém me avisou?? E vai lá um tipo de boina e palito no canto da boca, todas as manhãs e diz: “Atão, a Mimosa hoje dormiu bêm? Vire lá essas tetas aqui pró Tio Zé da Horta. [Queria prestar homenagem ao Sr. Zé da Horta, que é o tal que foi aos agriões, perdeu os calções e ainda se lixou com uma galinha que farta das mariquices dos vegeterianismos, sacou duma faquinha e cortou-lhe cenas essenciais para se cantar grosso!]. Retomando: é óbvio que o leite precisa de mamas [entretanto lembrei-me de várias situações pouco católicas alusivas ao tema, mas terei de me inibir]. Sem mamas não há leite. Se a soja desse leite, tinha de ter mamas, não era?!
Depois admiram-se que as crianças não saibam nada! Ora, se andam a lanchar fatias de PÃO SEM CÔDEA, recheadas com fiambre duma PERNA EXTRA [e ainda dizem que não há modificações genéticas], e a beber LEITE PROVENIENTE DE ARBUSTOS, cum caraças, eu também preferia ver gajas nuas no Magalhães!!


E dizem os vegans: “Ah e tal, porque nós somos contra a crueldade e não comemos animais mortos”. Então comam-nos vivos, bolas, como fazem os chineses, que metem à boquinha tudo o que apanham à mão. [E como a mão até está perto do chão porque eles são pequeninos, tudo o que rasteja marcha! É certo que são amarelinhos e um bocado pró enfezados, mas são altamente inteligentes e foram a primeira civilização a adoptar o sistema PalPlus: os olhos em bico!]. E vocês, os que não comem carne o que é que inventaram, hein? Como trocar os nomes das comidas, só para enganar o cérebro, induzir a boca a salivar e… vai-se a ver era só um aglomerado de rabanetes e folhas?
Eu também não ando para aí a chamar “ratatouie de quadrúpedes” à minha refeição!! Nem polenta de vaca, ou vatapá de peru, nem esparregado de pota… ou baba ganoush de aves. Alguma vez viram?? Não! E porquê, perguntam vocês? Porque não sou macaca de imitação!
Se alguma vez me tornar vegetariana não vai ser por adorar animais, vai ser por odiar os vegetais.
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*Vá, sem ofensa. Era só para fazer a distinção…

Thank you very nice!!!




Obrigada ao Afectado por ser o mentiroso mais porreiro da blogo, considerando o meu o melhor blog do ano.
:)

Valeu!