2 de outubro de 2009

sai uma hamburga

Se há coisa que me arrepia os pelitos todos do braço é ouvir falar mal.


Não sou nenhuma Edite Estrela, até porque não nasci em Carrazeda de Ansiães, mas dá-me comichão nas mãos (e nem estou rodeada de mosquitos marados) ver gente a trocar o género às palavras. E a este estranho processo chamo “Semenyar” as palavras, tal é a dificuldade de perceber se a palavra é menina ou menino.

Vou dar exemplos para que percebam ao que me refiro:

Hambúrguer. Este é um clássico. Quantos de vós já ouviram: “Apetece-me mesmo UMA hambúrguer.”??? Pois, meus senhoras e senhores, hambúrguer é do género masculino. Pede-se UM hambúrguer. Do género feminino é, por exemplo, uma sandes.

E quando temos uma dor qualquer na barriga, surge logo um amigo ou amiga, daqueles que tiraram o curso de Medicina Geral pelo Planeta DE Agostini a bradar: “Isso é DA apêndice!”.

A mim dá-me logo vontade de lhes atirar bílis em jacto.

Senhores: é “o” apêndice.

E “a apendicite”; esta sim, uma condição feminina. (Não de ser exclusiva das mulheres, mas do género feminino. Carago… a palavra!)

Mas há mais…

Quando alguém diz: “Aquele gajo da minha turma é UM personagem…”, e outro alguém diz: “A MINHA personagem preferida dos Maias é o Carlos Eduardo”, quem é que tem razão?? Personagem é palavra para ser do género feminino ou masculino?

Bem, esta palavra é completamente Samenya. Pode ser uma ou outro, mas nunca será verdadeiramente nenhum…

Uma outra palavra que me tira o tesão é… TESÃO!

Então não é que há muito boa gente a dizer que tesão é “ela”? “Ui, a Pamela dá-me UMA tesão…”. Bem, nem sequer já estou a contar com o gosto duvidoso d@ personagem que profere tal impropério. Mas tesão é, mais uma vez, masculino.

Por fim, surge a palavra MANCHE. Ora, este “volante” não é A manche, mas O manche.

Do género feminino será, por exemplo, “a mancha”.

[Uma mancha como a que ficou no vestido da personagem Lewinsky por causa do tesão do Presidente*, que alegou que aquilo era maionese que escorregara do hambúrguer que ambos partilharam antes de lhe dar aquela dor no apêndice.]



E assim sim!! Assim se fala em bom português.



* “I did not have sexual relations with that woman, Miss Lewinsky…”

8 comentários:

Cirrus disse...

Bem inspirado, esse parágrafo final, Dra. Edite!

:)

de Marte disse...

(ler de forma extremamente anasalada e tiazorra):
Obrigada e até me faz corar, sôtor.

Kiddo disse...

ADOREI! Haja alguém que se imponha perante esta cambada de energúmenos cavalóides! :D

J. Maldonado disse...

1. Esses barbarismos são de facto muito frequentes no dia-a-dia.

2. Gostei do teu trocadalho do carilho final. :))

de Marte disse...

Mars,
tu também lhes dás na cabeça que eu sei... :P

de Marte disse...

Maldonado,
isto foi um pastiche q andava guardado pró momento certo. O próximo é sobre mitos. :)
Thx.

Pedro Bom disse...

Também não suporto pessoas que falam/escrevem mal, muitos são sinónimos de quão mau é o nosso sistema de ensino.
Agora a isto juntam-se as pessoas que escrevem tudo com X's e K's... enfim

de Marte disse...

Pedro Bom,
isso é o sinal dos tempos. (Gosto deste cliché!)

Xkrever axim é koixa fixe nowadays!