26 de fevereiro de 2010

no name


As coisas nem sempre correm como pensamos, enquanto atiramos uma moeda para a fonte dos desejos. Talvez por fazermos um pedido sucinto, linear, imediato, quando eventualmente existe unanimidade astral na concessão do desejo, este chega-nos em bruto, de acordo com o pedido.
Cabe-nos decidir o que fazer com ele; verificar se ainda é desejo, se faz sentido e em que extensão nos dará “jeito”.
Eu não acredito que coisas boas aconteçam apenas a pessoas boas. Já estive dos dois lados demasiadas vezes para ainda acreditar nisso. Já fui profundamente feliz e algo infeliz dum lado e doutro.

Hoje em dia gosto mais de atirar moedas às fontes do que acreditar em karmas. É só dinheiro e água, eu sei, mas gosto. Gosto de fingir que numa cara ou coroa, numa fonte ou num mito reside um microcosmos do meu fado. Só porque sim. É tão plausível e apaziguador como um Deus ou um espelho, ou como esse abraço. E igualmente ilusório: só os sinto porque sou boa a imaginar.

2 comentários:

J. Maldonado disse...

A ilusão no campo afectivo pode ser uma terapia saudável, desde que seja moderada. ;)

de Marte disse...

A ilusão no campo afectivo é involuntária. E "moderação" é coisa que não abunda. :) Pois não?