O sentimento de abandono deve ser das piores merdas "sentíveis". Há-que saber atirar a toalha ao chão e reconhecer-se que as coisas são assim, mas continua a ser doloroso.
O meu problema é com as fantasias que estão sempre um passo à frente! Romantizo, deixo-me ir, flutuo. E, no final, um adeus despegado e frio é-me completamente estranho, ainda que defenda sexo pelo sexo e o amor pelo amor. Uma coisa é o que raciocino, outra é o que sinto. (Bolas!)
Os corpos a darem-se a conhecer, a adaptar-se um ao outro, a enrolarem-se, as posturas do sono, o calor produzido por cada um… e o calor produzido pelos dois. O acordar várias vezes só para deixar mais um beijo marcado na outra pele, mais uma carícia, um novo aperto, um aconchego. Inspirar para gravar o cheiro na memória.
Só de pensar no início da noite, aqui em casa, sinto borboletas no estômago. Ao pensar na manhã seguinte sinto-me diferente. Algo se perdeu. E que diferença faz!
As despedidas são para ser vividas como se aquela vez tivesse sido a última – e, na verdade, é-o tantas vezes…!
Bem, no limite valeu para acabar com a tensão latente e agora podemos voltar às nossas vidas, descansados. (Não sei se me serve de consolo, mas terá de servir para alguma coisa - uma lição, seguramente!).
Voltanto atrás fazia tudo outra vez. E daí, talvez não deixasse o telemóvel na mesa de cabeceira...
4 comentários:
Sim... Abandono é uma grande porcaria. Um remédio bom é até deixar o celular na cabeceira... Mas desligado.
Ah... E uma boa: o texto prometido está lá. Dá uma olhada e depois me diz o que acha.
Beijo!
Gosto da tua escrita intimista. É pena que retrates situações fictícias... :(
Bianca,
já vou ver o que andaste a escrever! :)
Maldonado,
Eu percebi que estás a falar no geral e já encaixei a crítica, mas o que é pena é teres escolhido exactamente este post para dizer isso!
Tinhas aqui tanto texto em que a ficção tomava conta de mim e foste escolher este, que vivi tintim por tintim?!? Tá maaaaal!
:D
Bianca e Maldonado,
Uma marciana ao vosso dispôr.
Beijinhos
Oh pá, não sou bruxo! Como é que eu podia adivinhar isso? :(
Seja como for, fictícias ou não, gosto das situações que retratas. Tens um quê de Anaïs Nin...
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