12 de dezembro de 2010

10 de dezembro de 2010

that makes three of us

Quando parei para pensar nele e em como me sentia esventrada pela sua partida – ou o fim do meu prazo de validade – andava com muita pena de mim. Ainda ando, na verdade. Ainda não passou um dia em que não me lembrasse dele, em que não ficasse com uma interrogação presa no fundo da garganta, a mesma interrogação que é embaciadora dos olhos.

Ainda não sei porque é que preciso tanto dele, e do que é que preciso, do que raio sinto falta, se nunca o tive. Dos beijos, fugia. Das mãos, apartava-se. A necessidade enferma do platonismo forçado e a estranha realização pessoal num mundo sozinho foram paredes inamovíveis e eu, que estava por perto, sentia-me a mais. Para me proteger optei por me manter sentada à porta daquele castelo fortificado esperando que ele espreitasse, que saísse (a medo), que expulsasse os demónios tontos que permitia que lá vivessem.
“Dar” era verbo desconhecido – não tinha tido tempo para perceber, na sua vida, que muito do bom que é gostar vem do bem que sabe dar. Dar, dar, dar, sem medidas nem medos. Dar só porque sim. Porque o mimo é uma ponte, e a nossa ponte só tinha um sentido: de mim para ele. Inbound havia um trânsito complicado, uma atrofia de espírito, o pedido constante para que eu tivesse paciência e esperasse por melhores dias. Esperaria, claro que esperaria. Infelizmente esperaria sem levantar questões. Nunca lhas levantei – jamais o confrontaria, jamais viraria para ele um espelho e lhe apontaria as falhas. Pelo contrário, por saber que também ele as conhecia, ignorei-as. Mostrei-lhe apenas que era possível ir além da redoma, além da zona de segurança, de conforto, sem daí vir prejuízo. Expus-me e esperei que se expusesse, que viesse cá fora ver como era.

Começo a pensar que aquilo de que sinto falta agora é do cuidar, zelar, reparar, de lhe tratar as feridas da alma enquanto o lambia - tantas vezes e tão bem. De ser boa, de ser útil. E sou imodesta ao ponto de afiançar que alguns sentimentos lhe eram completamente estranhos, novos, desconhecidos.
Que fez ele com isso? Não sei. Levou-os para parte incerta, sem uma explicação, uma satisfação. Levou os meus [OS MEUS, BOLAS] afectos. Para um terceiro lugar. Vou ganhando o sentimento – talvez seja a minha maneira de lidar com isto – de ter sido usada. Sinto-me quase esvaziada das coisas boas que vinha cultivando, e que dava. Dava sem notar que nada exigia em troca. E faz falta – faz muita falta – receber.
Porque um dia adormeci e comecei a sonhar com amor. Um dia acordei e tinha o peito aberto, cirurgicamente aberto, e o coração à vista, batendo ansioso pelo dele. Um dia, com insónia, vi-me ser cosida a frio e deixei de poder ver o meu coração. Às vezes, por fracções de segundos, acho que deixo de senti-lo.

Tenho saudade de quanto era (ignorantemente) feliz. Porque estar conscientemente infeliz ainda magoa. Ainda, ainda.

27 de novembro de 2010

é o decote, estúpido!




Y Porque sou uma mulher de causas

Y Porque jamais deixaria passar a oportunidade de me exibir

Y Porque acho piada ao movimento delas*













* oh gente sugestionável, referia-me ao movimento delas, não «delas»...

26 de novembro de 2010

{I'm out}

É tão fácil, tão fácil pôr uma pedra em cima de um assunto – de uma pessoa.


Fui chutada para canto.
Fui, e no canto permaneci, atónita. Ainda não sei de onde veio o que veio, ainda não compreendi porquê. Ao início parece que é impossível, que apenas não está a acontecer. Que é um sonho mau – e é, afinal, uma realidade má.
Mas ontem percebi como é fácil conseguir que as coisas não resultem. Basta não fazer nada. Uma saída, pessoas na noite. Sem tramas, sem teias, sem espinhas, seduzir é muito fácil. Começam os sorrisos, os risos, as perguntas inocentes. Inocentes como os toques, primeiro subtis.
Seguem-se as piadas, os encostos, a dança, os copos que se esvaziam sozinhos. Ainda as conversas que não são mais do que auscultações, itens das checklists que inadvertidamente tentamos verificar. Ou à força, não sei…

Toda a noite foi um teste, um ver até onde é que consigo ir, até onde me deixo ir. Ver se é isto o que preciso, se é disto, de atenção física que estou manca. E nem precisei de me esforçar grande coisa, bastou ir lançando charme sobre os três com quem estava. Só para alimentar o meu ego recentemente murcho. E ser alimentada por três é algo tentador. Se entretanto me apetecesse, era limitar-me a ir medindo afinidades e tentar perceber para que ombro pendia a minha cabeça, sem constrangimentos.
Com qual deles teria eu margem para brincar à minha vontade? Com o #1, o comprometido, que já encontrou a mulher da sua vida? Com o #2, que tem “um caso” recente? Com o #3, o playboy de corpo rijo, sorriso branco e alinhado, de 26 aninhos?

O comprometido, óbvio – o playboy tem muito jogo e eu não gosto de perder.
Dás-me boleia?”, pergunta o tonto do comprometido. “Tenho as mãos frias”, diz-me, pegando nas minhas. E daí ao “vamos lá a casa beber um licor fabuloso?” vai a distância de uma mão dada. 
Da tensão no elevador até ficarmos de narizes siameses na cozinha de casa dele vai a distância de uns olhares que se encontram e se amigam. 
Desvio a cara sempre que os seus lábios se aproximam perigosamente da área exclusiva dos meus, enquanto decidimos o que, afinal, beber. Estamos, de facto, a empatar, a engonhar
E é nestes segundos, nestes momentos e jogos de mãos que mora o click, o ponto de não-retorno. Se é para nos devorarmos, é aproveitar esta altura, em que a respiração denuncia um coração a bombear em todas as direcções. Todas. 
Se não é para o banquete, é aproveitar enquanto ainda não se tem contacto com essas direcções todas e evitar, assim, qualquer referência mental ou sugestão.


Ainda na cozinha, a olharmos para a garrafeira, faz questão de me abraçar por trás para que eu sinta, nas nádegas, as suas intenções – e são evidentes. Começa a desapertar-me o nó do cinto do casaco, doido por me lançar as mãos à cintura ou aos quadris, por debaixo do vestido.
Fecho o casaco.
- Vou andando. Adeus.
- Tens a certeza?
- Não. Adeus.

E é no carro, no caminho gelado das cinco da manhã, que percebo que é muito fácil, demasiado fácil, deixar tudo e deitar tudo a perder. Que «complicado» é gostar de verdade, ser de verdade, ter de verdade – e árduo é ser-se amigo, quando se é namorado.
Isto?, isto era só demasiado acessível, dado – descartável. Acordar com aquele tipo ao lado parecia inteligível, imediato: um tipo giro, interessante, divertido, boa conversa, melhor corpo. Seria uma experiência – algo para guardar, memorizar, até partilhar aqui, who knows? E vindo com namorada – great – porque isso garantia que não me chateava com telefonemas ou sms ou cafés.

Era tudo demasiado fácil.
E meaningless.
{I’m out}

21 de agosto de 2010

KA-ra-POW de corrida

O Vou buscá-la ao trabalho para irmos jantar, fim da tarde + pôr-do-sol, em Sintra?

O Obrigada, mas não. Tenho planos.

O Então e se for amanhã? O seu namorado não se importará, pois não? É só um jantar de amigos.

O Também não. Tenho planos. E ele não se importa.

O E depois de amanhã? De certeza que não tem planos para daqui a três dias, certo?

O Desculpe, mas também tenho planos.

O Afinal que tanto planeia, pode saber-se?

O Planeio não sair consigo.

14 de agosto de 2010





Apenas contigo sinto as borboletas nascer e voar em mim, fazemos amor devagar e a terra gira no nosso compasso.

21 de julho de 2010

ihihih, como eu gosto da bajulação... :)

Hoje, durante trezentos e dez minutos, estive apontada (ex aequo) como candidata ao Melhor Blog de Sempre!

Entretanto, a Ana, pensou melhor no assunto e, como as regras impunham a indicação de apenas um blog, retirou a minha "candidatura", mas foi por uma unha negra! ;)

De qualquer modo, obrigada Ana! Obrigada Almighty Yellowphant.

***

(sim, sou uma granda vaidosa!!!) :p

14 de julho de 2010

é isto que eu acho:

Quando MAMADA deixar de significar "tu a seres alimentada" e passa a significar "tu a alimentares", estás fodida (e não é da maneira boa)...

6 de junho de 2010

"desculpa, mas não vai dar"

Encontrámo-nos na discoteca onde nos conhecemos. Persegui-o com o olhar durante alguns minutos para o analisar e ver quão desconfortável ficara por me ver outra vez – a primeira desde que mandara um sms a dizer “Desculpa mas não vai dar”. Foram 3 meses de actividade sexual intensa, de concretização de uma série de fantasias e, no fim, um sms. Nem um “não és tu, sou eu”, nem um “um dia vais encontrar um tipo fantástico que te vai fazer feliz”. Eu não o queria para nada, mas uma conversa de café, entre pessoas adultas, resolve estas coisas. Desde o dia da mensagem ando com um saquinho no carro com coisas que ele fora deixando por minha casa. Como sabia que inevitavelmente havíamos de nos cruzar, prescindi de ver os seus pertences espalhados por minha casa. Tem sorte que eu não os tenha incinerado…
Hoje, por azar, tinha vontade de me divertir. Vamos ver se ele não me estraga a noite.
Vem ter comigo e com as minhas duas amigas, que já conhece, e cumprimenta-nos. Empresto-lhe o meu melhor sorriso mas depressa o guardo para não o gastar inutilmente. Faz conversa de ocasião, leva respostas de ocasião, tudo misturado com alguma raiva. Ainda não recompus o ego – não que me tenha despedaçado particularmente, mas levar com os pés não é das minhas actividades predilectas.
Quando volta para o seu grupinho vejo que está com uma companhia especial. Ela olhou-o de maneira especial, agarrou-o de maneira especial, amuou de maneira especial. Gostei. Vejo que ela está a ir-se embora e não resisto a sorrir – é mais forte que eu.
É incrível que ele tenha escolhido este exacto momento, em que sorrio, para olhar na minha direcção. A sua companhia vira costas e vai andando. Ele, como menino bem comportado, faz de macaco de imitação. Faço-lhe uma continência trocista, viro costas à sua palhaçada passional e continuo a dançar com as minhas amigas.
Estranhamente, passados uns minutos, ele regressa de copo na mão, sem namoradinha e de sorriso na boca. Não lhe ligo muito mas observo-o de vez em quando. Quando vou à casa de banho vai atrás de mim e ficamos a meio do caminho, perto do lounge. Aproveito os sofás para me sentar porque estou mesmo aflitinha. Que quererá de mim?
- Vim só falar contigo, saber mais de ti. Como estás? Fui tão estúpido contigo… Desculpa.
- Não te preocupes, as coisas entre nós não estavam a funcionar. Foi melhor assim. Ah, por falar nisso, tenho no carro um saco teu com uns boxers, uma escova de dentes e aqueles teus preservativos horríveis de mentol – quando te fores embora avisa-me que eu saio contigo para tos dar, ok?
- Então vamos já, porque eu estou mesmo de saída. Vou ter a casa da minha namorada, ela é que já foi andando porque estava maldisposta.
- Maldisposta… ok. Vou só ao wc, depois vou avisar as minhas amigas que vou ao carro, mas tu vai pagando e saindo. O meu carro está no estacionamento. Olha, e lava as mãos e a boca, que as trazes nojentas.
Assim fizemos. Eu fui ao wc, ele foi também e depois foi pagar. Avisei o porteiro que já vinha – e como ele já me conhece não levantou questões. Fomos a andar para o carro:
- Então e tu, andas com alguém?, pergunta-me ele.
- Ando. Ando com quatro gajos mas não são importantes. É só para foder.
- Ahaha, és mesmo engraçada.
- Costumo ser, quando digo piadas.
Chegamos ao meu carro. Destranco-o e vou para a porta do passageiro porque é lá, de lado, que está o bendito saco. Ele segue-me e, quando abro a porta, senta-se no lugar do passageiro como tantas vezes fez, quando íamos passear. Fico de pé a falar com ele mas logo me arrepio com o vento que faz e vou sentar-me no lado do condutor.
Ficamos a falar. De nada, basicamente. Falou-me do trabalho, disse-me que chegara hoje de férias, que a namorada estava amuada porque em vez de ter ido ter com ela quando chegou, foi jantar com os amigos, vindo depois para aqui.
Tanto me dá. Não ouço metade do que me diz. Sentada, o decote do meu vestido dá de si, mas não reparo logo nisso. E quando reparo não faço nada. Olho para as calças dele e vejo que estão com o volume que me é familiar. Neste momento tenho duas hipóteses: ou lhe digo para se ir embora porque as minhas amigas podem ficar preocupadas, ou lhe lanço a mão ao inchaço na braguilha.
Opto pela segunda. Ponho-lhe um dedo sobre os lábios para que se cale com aquelas conversas sem sentido. Quando se cala levo a mão às suas calças e sinto-o rijo debaixo da sarja, dentro da minha mão. Imediatamente fecha os olhos e quer agarrar-me. Não permito. Empurro-o e encosto-o bem ao banco dele. Levo a mão ao manípulo do banco do passageiro e empurro-o o máximo para trás. Ambos sabemos o que vem aí, porque este cenário é-nos muito familiar.
Puxo o vestido para cima, ainda sentada no meu banco, para que ele veja que estou sem roupa interior – aproveitei a ida ao wc para a tirar. De qualquer modo, só se este cenário se proporcionasse é que ele ficaria a saber. Levo a mão aos seus cabelos e puxo-lhe a cabeça para baixo, até mim e penso “estes são os únicos lábios que (me) vais beijar, por isso aproveita”. Abro as pernas no mesmo gesto, enquanto ele se ajeita no banco para me chegar sem contorcionismos. Tranco o carro. Lambe-me como sabe que gosto, como lhe ensinei: como se eu fosse um cornetto a derreter. A língua fica mole e toda de fora; a ponta da língua não serve para aqui – a parte central da língua é que trabalha, como fazem os gatos para se banharem. Agarro-lhe na mão direita e dirijo um dedo para dentro de mim - aliás, 2/3 de dedo - já o sabe - e não mais. Virado para cima, em forma de gancho. Em forma de G.
- Assim… assim está bom. Não pares – digo
Agarro-lhe outra vez a cabeça e puxo-a ainda mais contra mim. Sei que fica com pouco ar para respirar, mas também eu não me queixava quando ele me entupia a garganta, naquelas sessões imitadoras de filmes. Com um pé, entretanto descalço, começo a massajá-lo por fora das calças – e assim averiguo a sua “disposição”.
Está boa. Está boa, a disposição. Está como o seu ego.
- Faz assim, faz – digo – continua. Não pares. Assim… assim… vá… – digo-lhe enquanto “rebolo” na sua boca – anda, faz-me vir. Vá, dá-me. Come-me bem, come.
É inevitável: venho-me na sua boca. Não faço muitos barulhos, os meus orgasmos solitários são silenciosos – e este é como se tivesse sido um desses, em que só estou eu. Foi bom, mas sem importância.
Fico encostada ao banco ainda a gemer por dentro e a escorrer saliva. Normalmente seria nesta altura que eu subiria para o seu banco, desapertar-lhe-ia as calças e sentar-me-ia nele, cavalgando-o sem misericórdia até ele me avisar para eu sair e ir comê-lo – ou bebê-lo, tanto faz.
Mas não hoje. Abro o porta-luvas, tiro um pacote de lenços de papel. Tiro um para mim, que ponho entre as pernas ensopadas, e aperto. Puxo o vestido para baixo. Dou-lhe outro lenço para que limpe a baba e os meus vestígios naqueles lábios, nariz e queixo. Fica atónito a olhar para mim. Pego no saco que ficou no chão do carro, do lado dele, já bastante amachucado pelos ténis número 46 do menino. Ponho-lhe o saco no colo e digo-lhe para sair. Olho mais uma vez para o chumaço provavelmente bem húmido que traz dentro das calças e sinto vontade de o devorar, mas isso não me vai fazer sentir melhor. Destranco o carro e repito, com a voz mais segura:
- É melhor ires andando. – E, dizendo isto, abro a porta do meu lado, calço-me e saio. Tiro discretamente o lenço de papel, enrolo-o e guardo-o na mala. Ajeito o vestido e o cabelo.
Ele não argumenta. Pega no saco, abre a porta do carro, sai. Quando ouço a sua porta bater tranco o carro e dirijo-me para a zona da entrada da discoteca.
Não sei que mais se passou atrás de mim. Não sei como ficou, se foi logo embora ou não. Sei que caminhei devagar mas com segurança de volta à discoteca, ainda com pequenos espasmos por ter tido um belo orgasmo há menos de um minuto. Entrei, fui dizer às minhas amigas que me ia embora, fui pagar e voltei a sair. Dirigi-me ao carro e rumei a casa.
Fiquei a pensar que cara teria feito ao ler o papel que lhe deixei no saco, com as suas coisas, a dizer “desculpa mas não vai dar”.

30 de maio de 2010

selvagem

(Cenário: Eu e uma amiga, em minha casa, a preparar o jantar.
Je, armada em esperta, a tentar fazer uma das minhas célebres piadas)


Digo, a pensar no adjectivo "selvagem", da rucola: Sabes?, acho que sou como a rúcola desta embalagem...

Amiga [2 segundos de reflexão]: Lavada e pronta a comer?!


:)

8 de março de 2010

E hoje é o dia de quem?, de quem? Das muchachas, muito bem. Cutchi cutchi...

(pré-scriptum: O texto começou por se chamar "A origem do mal", mas reparei que era o Dia da Mulher e pronto, nada houve a fazer...)


Ora, é sobejamente conhecida a minha costeleta maniqueísta*. Assim, vejo a “luz” no homem; inevitavelmente encontro a “treva” na mulher. O meu machismo parolo já me trouxe alguns dissabores, claro, mas com os meus recalcamentos posso eu bem. Acho.
O que estou a tentar teorizar aqui é o princípio do fim: quando é que começámos a afundar-nos? Nós, como espécie, como sociedade(s)? 
A resposta é clara: quando as mulheres ousaram emancipar-se.

Primeiro, direito de voto! 
Hein?! Para quê, suas estúpidas?! Nós lá queremos ter responsabilidade pelo estado do país… Ca burras, valha-nos Rá!!! Ainda se fosse para eleger várias Pintasilgo, compreendia-se. Agora… Sócrates e Portas e Rebelos de Sousa e Jerónimos? Somos umas tristes...

Entretanto, trabalhar fora de casa. Ganhar o próprio sustento. What?? Quem é que teve tão miserável ideia? Para que servem os homens então, há resposta? Não é só para fazer filhos, não senhoras! É para sustentarem as esposas, os filhos, as Bimby, as idas à terra, os passeios, os cabeleireiros, os vestidos, as collants, as lingeries e os vernizes (que, em vez de Riské, devem ser Chanel).

Outra coisa que me apoquenta: termos carta de condução. Podermos deslocar-nos livremente por todo o lado, a toda a hora. Isso implica poder ir ao supermercado, tontas!!! Deixem o Modelo e o Continente para os gajos. Façam a lista e nada mais. Deixem que seja o macho-alfa a ir tratar das coisas chatas. Afinal os bíceps desenvolvem-se neles com mais facilidade que em nós por alguma razão… (Não é só para levantar copos com a esquerda e masturbar com a direita! Tem de haver uma razão mais… palpável, digo eu).

É que os problemas subsequentes podem ser do mais variado tipo, como por exemplo o desemprego! 
Está bem que quando os homens foram pra(s) guerra(s) alguém tinha de tocar o país pra frente, mas depois disso devíamos ter voltado para casa e pronto. 
Ou seja, se as mulheres ficassem todas em casa a desovar fedelhos e zelar pelo seu bem-estar, suturar meias e branquear fraldas sobrava emprego para todos os homens e até para as gajas de barba rija – já lá iremos! Mas nãaaao… “Nós queremos ganhar o nosso dinheiro e tal.”… e no que é que dá? Andamos com problemas de empregabilidade, temos as gajas a laborar de sol a sol e ainda a  quererem frequentar universidades ou até pensar que podem ter carreiras de topo. Acham isto normal? Andar fora de casa o dia todo, sabe-se lá a fazer o quê...?

Também nesta altura, em que os homens partiram para a guerra, começaram as gajas a ser muito amiguinhas umas das outras, desleixando-se com as depilações e com a manicure, com a maquilhagem e com as ‘grifes’. E porquê...?
Porque se para um homem a mulher é um bicho misterioso e é possível ludibriá-los uma vida inteira, sem que se apercebam que temos pêlos exactamente onde eles têm e que (sem maquilhagem) temos borbulhas na cara tal e qual como eles, se o parceiro for uma parceira não há essa necessidade porque passamos todas pelas mesmas situações e não há como enganá-la. É um amor mais afectuoso, mais autêntico.
Fica provado que a fonte do lesbianismo (e não estou a falar dos fetiches das gémeas-colegiais, mas antes das camisas xadrez de flanela), – dizia eu – a fonte do lesbianismo está nesta ausência prolongada dos maridões que deixaram de prestar assistência rotineira e passaram à assistência em escala. 

Com efeito, coincidiu com a época da saída dos chefes de família a proliferação dos vibradores nos lares, ao ponto de serem, no século passado, mais abundantes que os próprios ferros de engomar. (E bem, digo eu, porque o ferro de engomar é um bocado volumoso para a maior parte de nós). Com efeito, hoje em dia tenho dois ferros de passar e apenas um vibrador. Parece-me um rácio muito infeliz. Com efeito, dou mais uso a um que aos outros.  





*Fónix, vão procurar, que eu não sou vossa professora.

6 de março de 2010

The Prince of Bel-Ass

Não sei se sabem que a Luciana Abriu está grávida. (o sobrenome não é gralha).
Ora, e por falar em sobrenome, não sei se sabem que a boa da Lucy é uma menina que tem pedigree. Segundo dizem ela vem da linhagem do D. João I. Ora... e a miúda agora está grávida do Djaló.
Assim, vamos ter um reizinho luso-guineense. Fixe, não é??? :)

Eu acho absolutamente cool.
Assim, e uma vez que na conjuntura mundial estamos todos de tanga... e a tendência - apesar do frio - é ficarmos em pelota, ao menos quando se gritar "O REI VAI NÚ", em vez de vermos a pilinha do D. Duarte ou do outro (o fadista emproado), poderemos ter o prazer de (ar)regalar a vista com um apetrechamento negão.
Vai é demorar uns anos. Uns 16, prai, que os niggas amadurecem mais depressa que os branquinhos. (Ouvi dizer!)

raw's beef (Isto é um trocadilho. Mas só o título. O resto não)

Usar por usar, uso-te eu a ti, you piece of meat!

3 de março de 2010

a la folie

Parece estranho que uma pessoa tenha consciência de quando a sua ingenuidade (já fraquejante) leva a golpada final. A estocada seria apenas mais uma, não tivesse eu consentido. Esta era uma morte anunciada, afinal a inocência era quase trintona – sinónimo de “anciã” na idade-de-sentimentos-infantis.
Naquele dia, naquela tarde, eu vinha inundada de ti. Daquilo a que passam a valer os parcos momentos juntos, em que te (ab)sorvo a um metro de distância. E que atordoam, de tão intensos.
“Mais um momento, só mais um momento”, é o que peço – ou rezo – intimamente. Que não te vás, que não tenhas de ir-te, que não exerças a faculdade de te alheares de mim e, se possível, que te desmaiem as pernas – como a mim quando me passas o braço pela cintura.
Não ouves a prece que matuto entre os ouvidos.
Abraças-me no adeus, encostas a cara à minha e soltas-me dando por findo o tempo que me coubera, selando num roçar de bochecha o convívio diário.

Caio transida, tolhida, paralisada. Caio e chio na queda. Chio no Chiado e só eu ouço.

Olhaste-me e percebeste alguma coisa. Sem saber exactamente o quê, decifraste-me tristeza no olhar, creio. Fiquei triste por mim, por ter sido outra vez – pela última vez – miúda, catraia, por ainda pensar que os príncipes existiam e que – lucky me – um estava mesmo à minha frente. O que viste fui eu a despedir-me de mim, não de ti. Quando me indemnizaste a boca com um beijo beijei-te de volta sem noção, quase sem intenção.
Só me apetecia ajoelhar-me e tentar ressuscitar a pequena-eu que, ignorantemente feliz, fenecia. Olhei para o chão, saiu-me um sorriso nervoso e um “vai andando” que era, de facto, um “vai-te embora e deixa-me viver o momento em que permito que se extinga a minha candura”.
Viraste-te e seguiste o teu caminho. Pus em marcha o autómato que foi o meu corpo naquele instante. Olhei para o Fernando Pessoa que levou a mão ao chapéu num cumprimento de outros tempos, e disse “não te preocupes que eu olho por ela”.
E não me preocupei. Deixei a minha preciosa criancice a três metros do escritor e subi a rua ainda a tremer – em parte devido à vodka, em parte devido a sentir-me mais vazia, mais oca, a precisar de sustento no esqueleto.
Subi a rua a passo de gastrópode, deixando rasto. Dava passos pequenos e lentos mas firmes, subindo subindo subindo. Quando cheguei onde tinha de chegar, cheguei triste. Genuinamente triste.
Mas era exactamente ali, nesta salada de tempo, espaço e espírito que eu tinha de estar. Percebi que não poderia dar-te a minha ingenuidade porque simplesmente tu já não sabias reconhecê-la. Deixaste a tua morrer algures e com ela perdeste o receptor, o decifrador comum. É normal que já não tenhas essa capacidade, exigi demasiado de ti.
Não sei se gosto que me sejas mais indiferente agora. Não sei se quero a terapia breve que não pedi ao Chiado. Nem sei se viverei melhor agora sem a minha inocência – só sei que vou sentir a sua falta.


(Se bem a conheço está a entediar o pobre Sr. Pessoa e a contar-lhe, entusiasmada e arrebatada, tudo sobre ti.
Uma, outra e outra vez.)

28 de fevereiro de 2010

"Queres companhia?"


Todos os sábados à noite (já domingos de madrugada, algures entre as 2am e as 7am) recebo a mesma mensagem: “queres companhia?”.
Das primeiras vezes achei excitante o tipo quase desconhecido e sobejamente viril abordar-me desta maneira. Em cinco segundos respondi enviando-lhe a morada. Nas vezes seguintes apenas lhe respondia “Despacha-te”. E ele, bem-mandado, despachava-se. Vinha e despachava-me e vínhamo-nos. Só já deitados eu tinha tempo para tomar ciência do cheiro a fumo trazido das noites badaladas de onde este tipo aparecia, invariavelmente alcoolizado e feliz. Falávamos muito durante os cigarros que ele fumava, nu, à janela do meu quarto. Quando não estávamos, (eu) a falar e (ele) a fumar, fodia-me sem misericórdia, como se me punisse. Nunca fez amor comigo, era sempre um saciar de apetite como se da última vez se tratasse.
A última vez, de facto, não tardou.
A minha resposta habitual – o “despacha-te” – deu lugar a um “não posso porque…”, bastante mal cozinhado. Entretanto aumentei o rol de desculpas e o “estou muito cansada” serviu pretty well. Escudava-me e escusava-me com o trabalho, com outros programas,… cheguei ao burlesco e risível cúmulo das indisposições várias como  a célebre dor – a de cabeça e outras.
E estas foram as únicas mensagens que trocámos desde então: todos os sábados, devotamente, a mesma pergunta e uma resposta diferente na forma, mas não no conteúdo.
Há uns meses deixei de responder, mas continuo a receber o “Queres companhia?” como se de uma religião me tratasse. 

27 de fevereiro de 2010

palavra de escuta

Perguntaram-me hoje, no seguimento de conversas sobre a Protecção Civil, o caos, as intempéries e as catástrofes naturais, se eu tinha andado nos Escoteiros / Escuteiros.
A resposta foi um rotundo não. De facto os meus pais sempre tiveram intenção que eu iniciasse a minha vida-sexual-emparceirada (no mínimo) na adolescência.

26 de fevereiro de 2010

no name


As coisas nem sempre correm como pensamos, enquanto atiramos uma moeda para a fonte dos desejos. Talvez por fazermos um pedido sucinto, linear, imediato, quando eventualmente existe unanimidade astral na concessão do desejo, este chega-nos em bruto, de acordo com o pedido.
Cabe-nos decidir o que fazer com ele; verificar se ainda é desejo, se faz sentido e em que extensão nos dará “jeito”.
Eu não acredito que coisas boas aconteçam apenas a pessoas boas. Já estive dos dois lados demasiadas vezes para ainda acreditar nisso. Já fui profundamente feliz e algo infeliz dum lado e doutro.

Hoje em dia gosto mais de atirar moedas às fontes do que acreditar em karmas. É só dinheiro e água, eu sei, mas gosto. Gosto de fingir que numa cara ou coroa, numa fonte ou num mito reside um microcosmos do meu fado. Só porque sim. É tão plausível e apaziguador como um Deus ou um espelho, ou como esse abraço. E igualmente ilusório: só os sinto porque sou boa a imaginar.

25 de fevereiro de 2010

vinte e quantas?

Eu não percebo como é que, em 24 horas, o Jack não prega olho...

Eu considero-me bastante resistente e mesmo assim tenho de ir à cama buscar energias e bons conselhos.

Se a série 24 se baseasse num dia meu, dez episódios eram definitivamente passados em actividades de cama (ou ao seu redor ou a ela relacionadas). 
Sobram 14 horas. 
Duas vao direitinhas para banho, cremes, vestir, tratar dos cabelos, da pele e maquilhar. 
Já só sobram 12horas. 
Fazer a cama, quem faz? Eu. E arrumar a roupa toda que se experimentou até chegar às calças certas e à camisa adequada? Não é fácil... E ainda há-que arrumar a casa-de-banho que fica de pantanas com toalhas e escovas e secador e pincéis e maquilhagens e toda a espécie de coisas que na noite anterior não moravam ali. 
Com tudo isto sobram-me 10horas.
Tenho de manter-me actualizada, ver as notícias na tv. Na Euronews demoro meia-hora para me actualizar. Há ainda que ver séries na tv - se for um filme num canal generalista acabei de esgotar três horas do meu dia. Restam-me agora 6h30 e ainda nem saí de casa!
Nem me alimentei. Não posso passar o dia sem comer, certo? E para me alimentar tenho de cozinhar. E para cozinhar tenho de ir às compras. Se fizer 4 refeições, (2 de meia-hora, 2 de uma hora), com compras e o tempo que levo a cozinhar, são quatro horas para o galheiro.
Sobram-me 2h30 do dia e só comi, dormi, fiquei linda e informada.
De certeza que este período de tempo não chega para impedir que assassinem uma alta patente nem para evitar um atentado nem salvar criancinhas indefesas nem resolver um mistério da humanidade. Se eu ousar sair de casa vou demorar uma hora a chegar a qualquer sítio., E como tenho de regressar, são duas horas gastas.
Sobram-me 30 minutos.
O que é que faço com trinta minutos?!?! Acho que vou ver filmes com bolinha, pra me vir o sono...

4 de fevereiro de 2010

The bottom line is...

...I like who I am even when no one else is watching...

1 de fevereiro de 2010

Aviso à tripulação

Hoje ou amanhã vai cair BOMBA sobre o Mário Crespo e o amiguinho Sócrates.

Vamos ver quem é que vai malhar em quem. E, no fim, quem ganha e quem vai ser internado.

É aguardar...

31 de janeiro de 2010

Lou-Lou? Oui, c'est moi...


Deixa-me ver se percebi:
A Constituição da República, no seu Artigo 13º (o da Igualdade), proíbe a discriminação baseada, entre outros, no género, certo? Certo.
Uma altura houve em que até foi criado um pelouro, (novamente, o da Igualdade), para combater essas injustiças, lembram-se? Lembram-se com certeza.
Bolas, então e o Chico Balsemão não sabia disso quando pensou na Sic Mulher?? Ninguém viu aqui uma tremenda inconstitucionalidade? Ou o Chico tem estatuto especial no Mundo por ser um menino-bonito do grupinho Bilderberg?
Há alguma paridade nesta coisa da Sic Mulher? Onde é que está a Sic Homem?? Onde é que está um canal que mostre os interesses masculinos?, por exemplo carros e tipas nuas - ou semi?? Ou melhor ainda: carros à barda conduzidos por tipas nuas - ou semi-, em circuitos dentro de estádios olímpicos, enquanto no meio se joga uma bela partida de um qualquer desporto colectivo, (disputado por… mulheres nuas - ou semi)? E, já agora que estamos numa de pedir desejos, o programa TV Turbo despedia a caixinha-de-óculos e punha a Sasha Grey como apresentadora...
Só há mentes brilhantes para ir falar às Tardes da Júlia ou às Manhãs da Fátima, é? Só há cidadania activa a partir das 02h30 da matina, para ligar para o Quem Quer Ganha? Lembrarem-se de ler a Constituição é que não, né? Deve ter herpes, o livro.

Outro exemplo é o dos ginásios, ambiente inicialmente másculo, tresandante a testosterona: quem é que deixou criar ginásios só para mulheres? Quem é que, do alto da sua capacidade inventiva, decidiu desbravar o inatacável caminho na não-paridade-desde-que-seja-a-favor-das-mulheres?
Não é que os homens tivessem grande interesse em ir para esses ginásios dos circuitos de 30 minutos, ver as celulites dar luta às madames, mas isto não é uma questão individual, é um assunto moral. Lixa-me pensar que um gajo não possa ir a um ginásio destes. Quem é que quer ir para um ginásio onde não há gajos? Quem é que põe a hipótese de ir para um ginásio sem ser para exibir as formas, lançar guinchos lânguidos de exaustão fingida, morder o lábio every now and then (quando o PT, coincidentemente, está a olhar), empinar o rabo, corrigir a postura elevando o peito até parecer que se subiu mais um degrau no alfabeto-da-medida-dos-soutiens? Quem é que sequer pondera frequentar um sítio onde não se pode engatar alguém?; onde, fruto do horário serôdio, uma tipa não pode enganar-se na porta e entrar, distraidamente, noutro balneário? (Eu sei quem é que já lá foi parar… J)
Pronto, entusiasmei-me: retomemos o fio à meada.
O que eu queria era ver alguém ousar abrir um ginásio que dissesse, na porta, “MENINA NÃO ENTRA”. Era a prostituta da insanidade: vinham os media para cobrir o acontecimento, apareciam os grupos de feministas a querer queimar as camisas xadrez de flanela em frente à Assembleia da República. E isto sim, era uma hecatombe, se tivermos em consideração que estas não usam soutien nem fazem depilação. (Compreende-se assim que a flanela seja um mal menor…). Enfim, tudo era possível se se pensasse num ginásio “machos-only”. Ah pois, mas como são ginásios para mulheres já se pode brincar às inconstitucionalidades, não é?

Afinal queremos igualdade, desigualdade ou something in between? J

23 de janeiro de 2010

FRONTIÈRE(S)


Já não nos cruzávamos há dois ou três solstícios.
Vieste e pensaste que tudo permanecia inalterado, que a ordem mundial não tinha sido afectada e que os teus peões jaziam, gravitantes, em torno de ti. Ficaste sem chão quando viste que eu estava no céu. É tão bom estar aqui onde estou. Recusas-te a perceber [por birra, certamente] que agora percorremos caminhos diferentes, que não quis ir para o outro lado do mundo contigo porque não pertenço a ti. Reconheci-te a expressão de outros tempos, de outras vidas. Continuas a não saber-me ler e tens de ouvir tudo para compreender [ou acreditar].
Se bem que não o diga amiúde, confesso-te [e a mim] que estou apaixonada.
Sem mais.
"Quem é ele?", perguntas. Não é só um “ele”, é uma “ela”. Estou apaixonada por mim. Gosto de mim flutuante. Gosto de mim com este sorriso. Gosto de voltar a dançar e de hoje ser eu a irradiar o sol, o sol nu que me vem enchendo a casa e a alma. O sol que andava de candeias às avessas com as nuvens e que hoje resolveu aparecer-me e esbofetear-me com calor.
E é jazzy que me sinto, e é funky que me vejo, e é bluesy e rocky que te encontro e te digo que o tratado de tordesilhas é a valer: tu do teu lado do mundo, eu do meu.

Estás a ver esta linha? É o teu limite.

20 de janeiro de 2010

o dinossauro alado


Fui ver o filme do momento.
Primeiro, há que falar do Cameron: ok, o tipo é uma grande carola, colabora com a NASA e tudo, mas em termos de argumento não se esforça! Dizem que começou a pensar no filme em 1995: pah, oh Cameron, não é desculpa. Começasses antes! Não te esforçaste com o Titanic, já que foste usar uma história real, para não teres de inventar grande coisa, e agora fazes o mesmo com o AVATAR - pegas num monte de clichés das novelas da TVI, adicionas água e já está! (Por acaso confesso não ter visto o cliché "irmãs-gémeas-lésbicas-e-cegas-separadas-à-nascença-reencontram-se-mais-tarde-num-puticlub-em-Huelva", mas isso é estratégia de marketing, para o filme poder ser visto a partir dos 6 anos. Toda a gente sabe que a cegueira é um tema que choca as criancinhas e nunca passaria no controlo do parental advisory...)
Ora, o Avatar não é mais do que uma história de colonização como tantas outras. Tem  a tribo, o chefe, a vidente (para todos vocês que usam o Facebook, é a bidente, mas em azul cobalto). E depois tem a história de amor (quase) impossível, que vai concretizar-se numa rica e saudável comunhão - de facto os protagonistas comem-se debaixo duma árvore. E eu pensava que eles iam amar-se juntando as pontas mini-USB das tranças, mas nãaaaao... foi como no discovery channel.
Bem, retomando os clichés, vemos a chegada do colonizador a tentar eliminar os autóctones por causa das riquezas naturais (been there, done that – yaaaawn) e até vemos a Mãe-Natureza a dar um empurrãozinho para que as coisas corram bem - parece que as mães têm tendência para andar sempre de olho em nós, não vá o santanás tecê-las…
Mas voltando à vaca fria, o que me aborrece são as mensagens subliminares, de que é exemplo o típico golpe do baú! Então vem um gajo (o “Rodinhas” para os amigos) e quer dar o golpe logo à filha do chefão? É que o tipo não faz por menos: podia escolher uma que cantava bem: não quis. Havia outra que era também muito dotada noutra coisa qualquer: também não estava interessado… (Bruxo!!) Foi logo embicar com a filha do boss.
Ainda por cima, surge aqui o maior de todos os clichés: não importa o teu carácter; não importa se só estás a fazer as coisas por dinheiro, não importa se enganas um povo todo, se enganas uma pobre rapariga só por causa dumas pernas (as tuas recauchutadas e as dela, que eram bem boas), não importa se mentes, enganas, premeditas, manipulas
Desde que tenhas um bicho que vá dos 0 aos 100 em menos de 5 segundos, já és o "máiór".

(Cambada de vendidos…)

J




[Disclaimer:
Por acaso aqui a autora gostou muito do filme, achou o argumento interessantíssimo, achou-o graficamente irrepreensível e extasiou com o 3D, com os efeitos e luminescências de todo o filme que faziam lembrar a fibra óptica quando cortada na diagonal, com luz colorida a ser projectada desde a outra ponta. Só achei que fazia falta um momento em que se chorasse. É que vi o "Marley & Eu" há muito pouco tempo e esse filme estabeleceu um novo benchmark de lamechice, lágrima espremida e até soluços,… e agora parece que sinto falta…] 




13 de janeiro de 2010

nova ordem mundial



Chocou-me, a sério que sim, saber que o Adolfo Luxúria Canibal tem um restaurante de sushi...

4 de janeiro de 2010

Vegetarianos, vegan e outros aliens

Retomo as emissões com um tema que me é muito caro: a comida.
Eu sou viciada em comida. É verdade... não passo um dia sem comer. [Bem, não é rigorosamente assim. Sou capaz de passar 48h de jejum, talvez 72h se for na Quaresma,... mas não mais.]
Adiante.
No outro dia [que foi no ano de 2008] estava a ter uma conversa interessante num restaurante vegetariano [o Paladar Zen – maravilhoso, diga-se em abono da verdade] sobre quão saudável é a comida vegetariana, etc etc.
Pois espantada fiquei quando reparei que neste sítio, como noutros, os nomes das comidas-de-passarinho eram quase na sua totalidade adaptações de nomes de pratos das pessoas normais*.
Dei por mim a comer uma bolonhesa… sem carne. Ora, raciocinem comigo: ser vegetariano e dar nome anti-vegetariano aos pratos é um bocadinho como ser devota de Deus e viver obcecada com o Demo, só falar do Demo, temer o Demo,… [ok, acabo de matar a charada da igreja católica!. Too bad, bros.!]
Mas os vegetarianos fazem-no, ai pois fazem: chamam “bife” ao aglomerado de soja; chamam “bolonhesa” a um molho que não leva carne alguma; chamam hambúrguer a farelos comprimidos. Chamam feijoada vegetariana a algo que não tem o mínimo vestígio de animais para dar o sabor a… feijoada, valha-nos Deus [disse “Deus” mas podia ser outro amigo imaginário qualquer, era só uma força de expressão].
É só abrir um cardápio desses, feitos em folha de maconha – sim, porque ah e tal, a malta aproveita tudo o que a natureza dá [certo, e os escaravelhos “reutilizam” bolinhas de cocó e nem por isso os admiro…] e ver que estão cheio de coisas que soam ora a carne, ora a peixe mas que nunca são nenhuma delas!
Exemplos?? Ainda bem que perguntam…
Croquetes: Croquetes são micro rolinhos de carne, fritos e saborosos. Não inventem “croquetes de…”!! Croquetes são pra ser de carninha, chicha!! Ponto.
Cenas à Brás: O senhor Brás, se ainda fosse vivo morria de choque. Então não é que o seu bacalhau [salvo seja] anda nas bocas do mundo [salvo seja outra vez, coitado] e ainda por cima deturpado? Substituir o bacalhau por seitãs e coiso e cenas parece pecado. [Fica claro que não é por acaso que a única diferença entre “seitã” e “seita” é um til…]

Empadão: Alguém acha graça chamar empadão a alguma coisa, que não uma camada de carne ou peixe no meio de duas camadas de arroz ou puré?!
Até salsichas vegetarianas há… Salsichas?! Que alguns carinhosamente apelidam de SAL-CHICHA, em homenagem aos ingredientes principais, "sal" e "chicha", pois claro... E os alemães não fazem nada quanto a isto? Não criam uns chuveiros fixes, nem cortam o cabelo grátis a esta gente [pente um, para não se pegarem à estalada, as invejosas.]? Andam a dormir, andam? Depois queixem-se!
Empada: mas afinal a empada é de quê? Bolas! A empada é de quê??? De couve lombarda, não? Eu acredito que até seja bom, mas EMPADA é de galinha!! Não estraguem o imaginário das pessoas! Inventem nomes para vocês, legumineiros! Chamem-lhe “couve lombarda no meio de massa tenra”. Ninguém sai enganado!

Hamburguer: de lentilhas? De cenoura? Não deturpem o conceito do senhor Macdonald, por favor, que levou anos a construir um império!!
Outra que me chocou: “Almôndegas de aveia e cenoura”. Eu não percebo grande coisa de cavalos, mas isto parece-me o almoço deles. Aveia e cenoura? Estamos a tentar ser cavalgaduras, adoptanto a alimentação dos bichos? Ai Darwin, onde andas tu quando és necessário?
Caviar de beringelas. Raciocínio: caviar são ovas. Beringela é legume. Como é que fazemos? Vestimos uma lingerie sexy à beringela-ela, deixamos que a beringela-ele se entusiasme e deixamo-los conviver como coelhos?? E depois abrimos-lhe o bucho e sacamos-lhes as ovas? A sério, senhoras e senhores vegetarianos, ensinem-me, porque para mim este vosso mundo é um arcano do catano.
Patê: o senso comum diz que patê é de sardinha, de atum ou de entranhas figadeiras de patos bêbedos. Como é que vocês fazem, vegans?? Embebedam o milho?? Obrigam o tofu a “ser cá da malta” e beber aqueles shots até ao fim?
E no dia de acção de graças recheiam o quê?? Uma chalota??
Mas a melhor para mim é esta: LEITE DE SOJA!! Mas que invenção é esta, querem ver que a soja tem tetas e ninguém me avisou?? E vai lá um tipo de boina e palito no canto da boca, todas as manhãs e diz: “Atão, a Mimosa hoje dormiu bêm? Vire lá essas tetas aqui pró Tio Zé da Horta. [Queria prestar homenagem ao Sr. Zé da Horta, que é o tal que foi aos agriões, perdeu os calções e ainda se lixou com uma galinha que farta das mariquices dos vegeterianismos, sacou duma faquinha e cortou-lhe cenas essenciais para se cantar grosso!]. Retomando: é óbvio que o leite precisa de mamas [entretanto lembrei-me de várias situações pouco católicas alusivas ao tema, mas terei de me inibir]. Sem mamas não há leite. Se a soja desse leite, tinha de ter mamas, não era?!
Depois admiram-se que as crianças não saibam nada! Ora, se andam a lanchar fatias de PÃO SEM CÔDEA, recheadas com fiambre duma PERNA EXTRA [e ainda dizem que não há modificações genéticas], e a beber LEITE PROVENIENTE DE ARBUSTOS, cum caraças, eu também preferia ver gajas nuas no Magalhães!!


E dizem os vegans: “Ah e tal, porque nós somos contra a crueldade e não comemos animais mortos”. Então comam-nos vivos, bolas, como fazem os chineses, que metem à boquinha tudo o que apanham à mão. [E como a mão até está perto do chão porque eles são pequeninos, tudo o que rasteja marcha! É certo que são amarelinhos e um bocado pró enfezados, mas são altamente inteligentes e foram a primeira civilização a adoptar o sistema PalPlus: os olhos em bico!]. E vocês, os que não comem carne o que é que inventaram, hein? Como trocar os nomes das comidas, só para enganar o cérebro, induzir a boca a salivar e… vai-se a ver era só um aglomerado de rabanetes e folhas?
Eu também não ando para aí a chamar “ratatouie de quadrúpedes” à minha refeição!! Nem polenta de vaca, ou vatapá de peru, nem esparregado de pota… ou baba ganoush de aves. Alguma vez viram?? Não! E porquê, perguntam vocês? Porque não sou macaca de imitação!
Se alguma vez me tornar vegetariana não vai ser por adorar animais, vai ser por odiar os vegetais.
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*Vá, sem ofensa. Era só para fazer a distinção…

Thank you very nice!!!




Obrigada ao Afectado por ser o mentiroso mais porreiro da blogo, considerando o meu o melhor blog do ano.
:)

Valeu!